Os temas da sustentabilidade e das alterações climáticas estão hoje na agenda das seguradoras um pouco por todo o mundo e Portugal não é exceção. José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), sublinha que, no que toca aos fenómenos naturais, as empresas seguradoras têm já disponível um conjunto de produtos robusto. "Devido à sua experiência e conhecimento na modelização de riscos e gestão de eventos catastróficos, as seguradoras estão especialmente preparadas para enfrentar as questões relacionadas aos fenómenos extremos", disse.
Ainda assim, este é um tema que preocupa a associação, que já desenvolveu uma proposta para um Sistema de Proteção de Riscos Catastróficos. O sistema assentaria num modelo de cooperação entre o setor segurador e ressegurador e o Estado, para o desenvolvimento de soluções de cobertura desses riscos, a custos acessíveis para os cidadãos. A APS explica que este é um enquadramento que já existe em outros países, capaz de garantir uma resposta eficaz aos riscos catastróficos.
No domínio da sustentabilidade, e como sublinha José Galamba de Oliveira, está a assistir-se, "de um modo geral, à inclusão, por parte das seguradoras, dos riscos ambientais como parte das estratégias ESG e a questionarem-se como poderão tornar-se subscritoras de risco responsáveis, distribuidoras de produtos de poupança sustentáveis, e como poderão ser investidores institucionais responsáveis".
Ludgero Gonçalves, partner da Deloitte, também reconhece que a "temática da sustentabilidade e da economia circular é uma exigência crescente dos clientes e uma área de foco das seguradoras" e aponta uma adoção crescente, por parte dos diversos players de mercado, de compromissos e alinhamento com os targets de descarbonização internacionais.
Entre as várias iniciativas que as seguradoras têm vindo a implementar ou promover nesta área, a consultora destaca a aposta na prevenção, para reduzir a frequência e severidade dos sinistros; a dinamização da economia circular na gestão dos sinistros; a revisão da carteira de produtos, para opções mais sustentáveis e adaptadas às necessidades dos clientes, entre outras.