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Impactos económicos moldam o setor

A agitação que se vive em termos financeiros, globalmente, não passou ao lado do mercado dos seguros, com reflexos nos segmentos vida e não vida.

28 de Março de 2023 às 13:38
José Galamba de Oliveira, presidente da APS
José Galamba de Oliveira, presidente da APS
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A conjuntura económica e financeira observada em 2022 afetou a economia global atingindo todos e cada um dos setores de atividade e o segurador não passou incólume. Com base na informação anual provisória à disposição da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), são notórios os impactos, quer ao nível da produção, quer ao nível dos custos com sinistros nalguns ramos, embora com comportamentos distintos no segmento vida e no segmento não vida.

 

Em entrevista, José Galamba de Oliveira, presidente da APS, explica-nos que o segmento não vida, aquele cuja evolução se encontra mais correlacionada com os desenvolvimentos observados na atividade económica, "registou um aumento nominal da produção de +7,4%". No entanto, em termos reais, a evolução da produção "inverte o sinal e apresenta uma quebra de -0,4%, fruto do contexto de crescimento acelerado da inflação".

 

Por outro lado, em 2022, os custos com sinistros para o total dos ramos não vida "cresceram 3,8%, em termos nominais, e -3,7% em termos reais". Neste âmbito convém destacar a evolução muito desfavorável observada nos ramos "doença" (+10,2%, em termos nominais, e +2,2%, em termos reais), "automóvel" (+8,3%, em termos nominais, e +0,5%, em termos reais) e "incêndio e outros danos em coisas" (+12,7%, em termos nominais, e +4,5%, em termos reais). 

 

Já no segmento vida, José Galamba de Oliveira explica que se assistiu "a uma quebra muito significativa da produção durante 2022" com os valores a situarem-se na casa dos -21,8%, em termos nominais, e -27,5%, em termos reais. Este decréscimo poderá ser justificado por vários fatores, "nomeadamente pela substancial quebra da taxa de poupança das famílias e pela oferta limitada de produtos de poupança que sejam atrativos para um perfil de aforrador mais conservador", com garantias de capital e/ou rendimento.

 

Portugal debaixo de olho

O setor segurador português caracteriza-se "pela robustez e resiliência, evidenciadas ao longo dos anos, em particular em períodos como o atual, de elevada incerteza", diz o presidente da APS. Hoje o setor é, também, caracterizado por um equilíbrio entre os dois principais segmentos, vida e não vida, "já que em 2022 cada um dos segmentos representava 50% da produção total". Este cenário resulta "de uma importante evolução do ramo não vida nos últimos anos, uma tendência que se tem verificado desde meados da década anterior e que se manteve no ano passado, no qual este ramo registou um aumento de 7%".

 

De resto, o setor acompanha a realidade nacional e internacional, hoje caracterizada por uma forte instabilidade. José Galamba de Oliveira acredita que "este ano os ramos não vida mantenham a tendência de crescimento do ano passado, embora a um ritmo inferior, tendo em conta o abrandamento no crescimento da atividade económica".

 

Em relação ao ramo vida "é aquele que apresenta maior incerteza sobre a sua evolução no curto prazo". Diz o presidente da APS que, "se por um lado, a redução do rendimento disponível das famílias como resultado da inflação e o aumento das taxas de juros, pode indiciar uma menor procura nos seguros financeiros, por outro, a subida de taxas e a renovada oferta de produtos com capital garantido e rentabilidades mais atrativas podem incentivar a uma maior taxa de poupança".

 


Desafios de futuro

Quanto ao que o futuro pode trazer, sabe-se que nesta área de atividade os cenários de risco e incerteza são habituais, o que impõe o desafio de encontrar soluções eficientes. Por este motivo, o presidente da APS lembra que "as empresas seguradoras têm vindo a apostar ao longo dos anos em produtos e serviços que permitam oferecer soluções mais adequadas às necessidades dos seus clientes".

 

Destaque ainda para os desafios no âmbito do ESG, os quais, "através da experiência acumulada – em particular, ao nível da avaliação e gestão de riscos e da gestão de investimentos – e a natural proximidade entre o seu modelo de negócio (tendencialmente de longo prazo) e as preocupações com a sustentabilidade, colocam o setor segurador numa posição privilegiada para contribuir ativamente para a promoção de um desenvolvimento económico e social sustentável", afirmou José Galamba de Oliveira.

Trabalho com a marca APS

Em termos de futuro, e do lado da associação do setor, fica a certeza de que esta pretende continuar "a sublinhar a importância que o seguro tem, tanto na vida das pessoas e das empresas, como na sociedade e na economia em geral". Assim sendo, a associação aposta na proximidade com os cidadãos, em especial através de um conjunto de iniciativas implementadas no âmbito da literacia financeira e da sensibilização sobre esta temática.  

Está ainda previsto o desenvolvimento de um Ciclo de Conferências "Os Seguros num Mundo em Transformação", a realizar em diferentes locais do país, numa iniciativa que tem o objetivo de sensibilizar a população em geral para a importância do seguro, abordando um conjunto de temáticas relevantes para o setor.

"O setor segurador português caracteriza-se pela robustez e resiliência, evidenciadas ao longo dos anos, em particular em períodos como o atual, de elevada incerteza" José Galamba de Oliveira, presidente da APS
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