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Reciclar mais é urgente em Portugal e na Europa

As metas de reciclagem fixadas para 2025 pela UE arriscam não ser cumpridas. Os desafios e o futuro do setor foram debatidos no primeiro European Packaging Waste Meeting, organizado pela Sociedade Ponto Verde.

16 de Novembro de 2023 às 11:29
Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde com o chairman da SPV, António Nogueira Leite
Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde com o chairman da SPV, António Nogueira Leite
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O ambiente, a sustentabilidade e a economia circular foram os grandes temas em torno dos quais se centrou a primeira edição do European Packaging Waste Meeting. Organizado pela Sociedade Ponto Verde (SPV), reuniu, no passado dia 7 de novembro, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, académicos, políticos e empresários, de vários países da UE, com o intuito de discutir o estado e o futuro do setor.


António Nogueira Leite, presidente da Sociedade Ponto Verde, acredita que, com a colaboração de todos, ainda será possível atingir as metas de reciclagem fixadas para 2025 pela União Europeia (UE). Apontando a atualidade do debate, não só em Portugal, como na Europa, Nogueira Leite lembrou os dados preocupantes do relatório divulgado em junho deste ano pela Comissão Europeia: são 18 os Estados- membros que correm o risco de não cumprir uma ou mais metas, fixadas para 2025, de preparação para a reutilização, de reciclagem de resíduos urbanos e de reciclagem de todos os resíduos de embalagens, assim como a meta de deposição em aterro para 2035. Portugal é um desses 18 países, fazendo parte de um grupo intermédio de oito Estados-membros que, apesar de bem encaminhados nas metas para a reciclagem de resíduos de embalagens, está em risco de não cumprir as restantes metas.


Todos os anos os europeus produzem, em média, 530 quilos de resíduos urbanos por pessoa, dos O quais cerca de 50% são reciclados ou compostados e 23% são depositados em aterros. Mas, entre 2013 e 2020, a quantidade de resíduos de embalagens produzidos aumentou 15% na União Europeia, atingindo quase 80 milhões de toneladas. Sendo certo que 64% desses resíduos de embalagens são reciclados, essa percentagem varia de acordo com o material: mais de 75% das embalagens de papel, cartão e metal são recicladas mas as de plástico não chegam aos 40% – um problema na maioria dos países da UE. Olhando para o alto risco de incumprimento das metas projetadas para 2025, Nogueira Leite assegura: "Apesar da boa performance das embalagens no nosso país, não podemos descansar. Há muito por fazer. É preciso melhorar e repensar o sistema de recolha de resíduos urbanos. Temos a obrigação de ser mais exigentes." E temos de ter como objetivo "colocar Portugal no grupo dos nove países que lideram o processo. É possível, desde que todos estejam interessados." Na Sociedade Ponto Verde, acrescentou, "defendemos que precisamos de mais transformação, mais inovação e mais ambição. O sistema pode criar valor, estimular novos negócios, incentivar a academia e proporcionar emprego qualificado".


Salientando que os números mostram o compromisso do país com a reciclagem, Nogueira Leite apontou os fundos europeus disponíveis para a área da sustentabilidade como uma oportunidade para mobilizar as instituições públicas, as empresas e os consumidores a colocar Portugal no bom caminho para cumprir todas as metas de reciclagem. "É uma ambição desafiante, mas absolutamente possível se todos colaborarem e todos estiverem interessados. E todos o devemos estar. Precisamos da colaboração de todos."



António Nogueira Leite, chairman da SPV, na sessão de abertura do evento


A defesa do planeta é uma obrigação de todos


António Nogueira Leite, presidente da Sociedade Ponto Verde, quer pôr Portugal na liderança europeia do processo da reciclagem. Para tal, quer um sistema o mais eficiente possível, que recicla alinhado com as melhores práticas europeias, como referiu, em entrevista ao Negócios.

Como sair do grupo dos oito e passar para o grupo dos nove?

A política de transparência, concorrência e inovação presente em que atuamos, as embalagens, tem de estar presente no resto da cadeia de valor, do trabalho das câmaras ao da indústria. Há muitas autarquias empenhadas para que possamos ter um sistema que integre as boas práticas do segmento das embalagens em todo o conjunto da enorme cadeia de valor. E é preciso que o sistema seja o mais eficiente possível. Se não for, vai-nos custar muito mais a todos nós ter um sistema como merecemos: um sistema que recicla em regra com as melhores práticas europeias. O que explica o sucesso das embalagens? Há uma prática, instituída há muitos anos, de grande colaboração. A generalidade das empresas estão muito envolvidas, olhando para a SPV como o seu centro de compliance, em matéria ambiental, para a questão das embalagens. É preciso que essa mentalidade colaborativa e transparente possa ser expandida. E temos a sorte de estar a gerir hoje um sistema que começou bem há 25 anos.



Quais os grandes desafios da Sociedade Ponto Verde para os próximos anos?

Ter a capacidade de progredir e responder aos novos desafios, sempre com eficácia crescente. E ter a capacidade de mobilizar os nossos acionistas e os nossos stakeholders para continuar a cumprir os objetivos que a União Europeia nos põe e com os quais estamos 100% de acordo.



O que pode a população fazer para contribuir para esse esforço?

A defesa do planeta, o deixarmos aos nossos filhos e netos um planeta onde as pessoas possam viver, é uma obrigação de todos. Não é apenas uma obrigação das empresas ou dos governos. E começa quando nós em nossa casa temos o cuidado de separar as coisas adequadamente.

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