Contrariamente ao que seria expectável com todas as adversidades que as PME encontraram devido à recessão na sequência da crise pandémica, da guerra na Ucrânia e da crise energética, Pedro Otero, coordenador do Gabinete de Estudos na ANPME, afiança que no ano de 2022 as "PME nacionais mostraram a sua resiliência com resultados mais positivos do que o que tinham previsto."
Se são muitos os focos de incerteza e de preocupação para as empresas, os quais não podem ser ignorados na hora de planear e implementar os seus investimentos em 2023, para Nuno Leal, administrador executivo do Banco BAI Europa com o pelouro das áreas de Negócio e Marketing e Comunicação, "as PME portuguesas estão cada vez mais profissionalizadas e, consequentemente, mais fortes para encarar estes ciclos mais negativos".
Na opinião de Bernardo Maciel, CEO Yunit Consulting, "as PME têm uma capacidade de adaptação à mudança maior e mais rápida do que as restantes empresas". "Se forem capazes de olhar de forma desinibida para diferentes formas de atuação, pode estar aí o segredo do sucesso: reforçar presença nos mercados externos, alianças estratégicas, equacionar fusões e aquisições, disponibilidade para outros instrumentos para financiar o investimento como Venture Capital, por exemplo."
Estas alternativas estratégicas podem fazer das fraquezas forças determinantes para dar o "salto" e vencer os desafios. Da parte das empresas, exige-se sobretudo rapidez e dinâmica na reflexão e execução estratégica.
Não sendo possível antever a duração deste período de forte incerteza, Nuno Leal nota que "o consenso de mercado aponta para uma situação relativamente temporária, com tendência para normalizar num período de dois a três anos."