Notícia
Carlos Gomes da Silva: Os factos no centro de qualquer decisão
A crise sanitária sem precedentes que enfrentamos ditou o fim abrupto da normalidade a que nos habituámos: desde os simples gestos entre amigos ou familiares até aos mais complexos modelos económicos, tudo foi posto em causa.
Factfulness
Edição: Temas e Debates
Livro escolhido por Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp Energia
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Virtual Competition
Ariel Ezrachi e Maurice E. Stucke
Edição: Ed. Harvard University Press
Livro escolhido por Margarida Matos Rosa, Presidente da Autoridade da Concorrência
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O Homem que plantava árvores
Autor: Jean Giono
Edição: Alma dos livros
Livro escolhido por Miguel Maya, CEO do BCP
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Em momentos como este, quando a vida parece suspensa e as convicções nos tremem, sobressai a importância dos referenciais de estabilidade. Rodeados de incertezas e de volumes massivos de informação e contrainformação, nunca como hoje os factos foram tão importantes para construir soluções e dissipar o nevoeiro no horizonte.
Daí a minha proposta: o livro "Factfulness", do sueco Hans Rosling, um médico, professor de Saúde Internacional, orador em prestigiados fóruns internacionais, e que morreu meses antes da edição desta obra.
É um exercício literário fascinante, que põe os factos no centro de qualquer decisão ou reflexão séria. Vai mais além: ensina-nos a compreender o mundo tal como ele verdadeiramente é, não como o percecionamos (muitas vezes de forma errada).
Num registo sistematizado e com factos inelutáveis, o autor confronta-nos com a dimensão generalizada da nossa ignorância. Desafia o conforto preguiçoso das opiniões baseadas em preconceitos que toldam os nossos racionais. Nossos e de todos em redor, incluindo a elite política e intelectual.
O livro educa ainda o sentido de nunca descurar o contexto macro que não cabe na agenda mediática. Mesmo admitindo que há um longo caminho a percorrer em áreas fundamentais, é importante reter esta ideia: "As coisas podem ser más e estar a melhorar." Não é um "soundbite" vazio, é facto.
Mesmo hoje, quando tudo parece mau - porque uma pandemia exponencia um dos nossos mais fortes instintos, o medo - a obra, de 2017, mantém uma pertinência que impressiona.
Senão vejamos: "Os factos alargados e a imagem alargada têm de esperar que o perigo passe. Mas, nessa altura, temos de atrever-nos a estabelecer de novo uma visão do mundo baseada em factos. Temos de arrefecer o cérebro (…). Não podemos deixar que seja o medo a guiar essas prioridades."
Poderia ser escrito hoje.