Notícia
“Quem ganhava mais dinheiro com o contrabando eram os donos das mercearias”
Encontramo-lo sentado na sua horta a comer uma laranja. António Madeira, 82 anos e antigo contrabandista, mostra a tesoura de podar, uma ferramenta que trouxe de Espanha há 58 anos. “É mais antiga que o meu casamento. Ainda dura a minha vida”. Fez contrabando durante seis anos e atravessava sobretudo a fronteira seca, transportando café. “A minha mulher depois é que não quis que eu fosse mais ‘além’. Ela tinha medo. Dizia: deixa esta vida, arranja lá outra. Deixei”. António Madeira é um dos casos da reportagem “Os homens do contrabando”, publicada no Negócios.
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Venho aqui pelo menos duas vezes por dia, tenho uns gatinhos ali, venho tratar deles. Tenho laranjas, alfaces, favas, batatas, cebolas, alhos. Coentros. Hortelão. Aquela é a minha mota, é. Ainda vou todas as semanas a Alcoutim. Mas não levo esta, levo outra, maiorizinha, que tenho à porta de casa. Se ela avaria, fico arrumado.
Nasci nos Tacões. Um dia, estava na tropa, vim de férias, cheguei aqui e não havia dinheiro para o Natal,...
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