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O património oral do Alentejo está em risco?

Políticos e académicos defendem o dialeto barranquenho e aconselham a sua introdução, de modo facultativo, no ensino formal. Mas há muitas outras formas de falar no Alentejo que ultrapassam os limites de Barrancos. O poder local, dizem, deve ser ativo na recolha e preservação destas oralidades que, mais do que literárias, são etnográficas. Em junho, o Parlamento aprovou um projeto de resolução que recomenda ao Governo que conclua a vinculação do país à Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias. Se nada for feito, este património oral pode ter os dias contados.
José Bento Amaro 09 de Setembro de 2023 às 11:00

O sotaque cantado, as palavras estranhas nascidas em eras de que ninguém se lembra e essa maneira de falar tão própria que tira o "i" do "lête" para o "botar no caféi" são apenas algumas características do modo como as pessoas ainda se expressam no Alentejo. Um linguajar diferenciado, muitas vezes nascido no meio dos trabalhos agrícolas, vincado por um isolamento de muitas décadas. Um património linguístico de tal modo rico que deu origem ao reconhecimento de um dialeto, o barranquenho, que ainda se mantém vivo naquela vila da raia.

 

Há, no entanto, preocupações crescentes quanto à preservação destas oralidades. Hoje, é frequente encontrar crianças num infantário de qualquer um dos 47 concelhos alentejanos e também dos 11 da Lezíria do Tejo que foram administrativamente anexados e que falam com entoação e termos... brasileiros.

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