Notícia
O barril escondido
Uma equipa de mestres escoceses de whisky, a Last Drop, dedica-se à procura de lotes perdidos há várias décadas, criando um nicho que está a seduzir o mercado de forma irresistível.
28 de Outubro de 2017 às 09:15
Alguns de nós constroem para si mesmos o melhor trabalho do mundo. Aliás, por vezes é um trabalho tão fantástico, e que ainda por cima permite o dinheiro necessário para trazer o pão para casa, que num primeiro olhar parece ser impossível que ele exista. Nesta categoria escassa, estão os mestres da Last Drop Distillers, www.lastdropdistillers.com, que se dedicam ao whisky raro.
A Last Drop, um nome muito apropriado, como se verá, inventou para si própria um modelo que assenta na aventura, na escolha e na raridade, o que lhe permite ter um produto único e acolhedor de enormes valorizações.
Na primeira dimensão, a da aventura, assenta toda a actividade. A Last Drop não faz whisky, a Last Drop procura whisky perdido. Profundos conhecedores do meio, os pesquisadores da empresa perdem-se em alguns dos remotos montes das Highlands escocesas, bem como em becos sem luz de Glasgow e Edimburgo, em busca dos barris que, por alguma razão, nunca foram utilizados. Os alvos são sempre destilarias de referência, sejam artesanais, em que ainda hoje assenta grande parte da produção, ou casas de algum relevo, e barris com várias décadas de envelhecimento.
Deste modo, o trabalho baseia-se em pesquisa no terreno, nos arquivos e em informadores, e culmina na sensação única de encontrar o que não se tinha a certeza de existir. Detectado o ouro, a Last Drop entra na dimensão da escolha.
Como acontece com alguns de nós, o envelhecimento não se traduz automaticamente em grandeza. Há barris que reagiram mal ao tempo, não aguentaram os seus lugares, as suas circunstâncias, o modo como foram criados. Estes são os casos em que a pesquisa foi inútil. Mas, noutros casos, raríssimos, como reconhece a Last Drop, o barril envelheceu com alquimia, e o whisky que guardou é de extrema qualidade, um dos melhores dos jamais destilados.
A Last Drop chama-lhe milagre. Os whiskies eleitos são então elevados pela empresa à categoria de raridade e engarrafados com o luxo a que têm direito. Nesta terceira dimensão do trabalho da Last Drop, tudo é pensado ao pormenor. A garrafa escolhida é a mais indicada, as notas de prova são minuciosas e descritivas, ou seja, tudo menos ostensivas.
Os respectivos certificados de autenticidade e armazenamento, fundamentais para o investimento, acompanham o lote. Mas, o ponto-chave é que a edição de cada lote segue efectivamente o princípio da raridade, situando-se, até agora, entre as 900 e as 1.400 garrafas. Deste modo, a Last Drop consegue que cada garrafa seja colocada no mercado a um preço entre os 2.200 e 3.100 euros, o que é considerável, mesmo para um mercado global, o do whisky de edição limitada, que tem registado fortes valorizações nos últimos cinco anos. Alguns de nós têm mesmo o melhor trabalho do mundo. E outros de nós poderiam tê-lo. De facto, não há impedimento de maior em replicar este modelo com o nosso medronho, que continua a ser feito artesanalmente numa serra perto de si.
A Last Drop, um nome muito apropriado, como se verá, inventou para si própria um modelo que assenta na aventura, na escolha e na raridade, o que lhe permite ter um produto único e acolhedor de enormes valorizações.
Deste modo, o trabalho baseia-se em pesquisa no terreno, nos arquivos e em informadores, e culmina na sensação única de encontrar o que não se tinha a certeza de existir. Detectado o ouro, a Last Drop entra na dimensão da escolha.
Como acontece com alguns de nós, o envelhecimento não se traduz automaticamente em grandeza. Há barris que reagiram mal ao tempo, não aguentaram os seus lugares, as suas circunstâncias, o modo como foram criados. Estes são os casos em que a pesquisa foi inútil. Mas, noutros casos, raríssimos, como reconhece a Last Drop, o barril envelheceu com alquimia, e o whisky que guardou é de extrema qualidade, um dos melhores dos jamais destilados.
A Last Drop chama-lhe milagre. Os whiskies eleitos são então elevados pela empresa à categoria de raridade e engarrafados com o luxo a que têm direito. Nesta terceira dimensão do trabalho da Last Drop, tudo é pensado ao pormenor. A garrafa escolhida é a mais indicada, as notas de prova são minuciosas e descritivas, ou seja, tudo menos ostensivas.
Os respectivos certificados de autenticidade e armazenamento, fundamentais para o investimento, acompanham o lote. Mas, o ponto-chave é que a edição de cada lote segue efectivamente o princípio da raridade, situando-se, até agora, entre as 900 e as 1.400 garrafas. Deste modo, a Last Drop consegue que cada garrafa seja colocada no mercado a um preço entre os 2.200 e 3.100 euros, o que é considerável, mesmo para um mercado global, o do whisky de edição limitada, que tem registado fortes valorizações nos últimos cinco anos. Alguns de nós têm mesmo o melhor trabalho do mundo. E outros de nós poderiam tê-lo. De facto, não há impedimento de maior em replicar este modelo com o nosso medronho, que continua a ser feito artesanalmente numa serra perto de si.