Notícia
Não podemos tirar uma certa nostalgia aos portugueses
O irmão, quatro anos mais velho, em vez de dizer João, dizia "o meu irmão Rão". João Maria Centeno Gorjão, bisneto do médico Ricardo Jorge e trisneto do escritor Ramalho Ortigão, adoptou, anos depois, o nome artístico Rão Kyao. Ele é o homem que anda sempre com as flautas de bambu ao ombro e que toca em qualquer recanto que o chame. Ao ar livre, em casas de fado, em festivais. Ele, que começou no jazz e foi intérprete de saxofone, é uma espécie de cruzado da música tradicional portuguesa. Andou, e anda, pelo mundo à procura de ligações algo esquecidas. Da sua discografia, fazem parte títulos como "Viagens na minha terra" e "Fado virado a nascente", pontes entre o Oriente e o Ocidente. Esteve na Índia, tocou com o master Raghunath Seth, esteve em Casablanca, a Nova Iorque de Marrocos, como diz, esteve em terras macaenses, onde tem um projecto com a Orquestra Chinesa de Macau. Ele é o homem da Canção da Manhã, do álbum Estrada da Luz, que os miúdos, nos anos oitenta, assobiavam. Como que por magia. Rão Kyao é um homem do misticismo.
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As minhas flautas andam sempre comigo. E, por andarem sempre comigo, o meu ombro vai buscá-las automaticamente. Esta mecânica tem-me protegido, o que é fantástico porque eu sou meio despassarado. Numa noite animada, uns copos e tal, as flautas estão sempre lá, no meu ombro. Ele nunca as perde.
Eu gosto de andar sempre com as minhas flautas de bambu. Se eu estivesse aqui sozinho, por exemplo,