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Mia Couto: “A História é feita de esquecimentos provocados"

Em agosto de 1914, um ataque alemão a um posto militar português em Moçambique envolveu a morte de um sargento e de onze sipaios africanos. Todos quiseram esquecer este episódio que aconteceu nas margens do rio Rovuma às portas da Primeira Grande Guerra. No livro “A Cegueira do Rio”, Mia Couto fala-nos sobre vários apagamentos e faz-nos um convite à possibilidade de escrever a História em conjunto. É essa sabedoria que o escritor deseja hoje para Moçambique. “Vivi 16 anos de guerra; não quero mais. Quando esta entrevista for publicada, espero ainda ter país”.
Lúcia Crespo e Bruno Colaço - Fotografia 15 de Novembro de 2024 às 11:00

Foi a tentativa de apagar uma página da História que puxou o novelo da escrita de Mia Couto. Em agosto de 1914, um ataque alemão a um posto militar português numa aldeia de Moçambique envolveu a morte de um sargento e de onze sipaios africanos. Todos quiseram esquecer este episódio que aconteceu nas margens do rio Rovuma às portas da Primeira Grande Guerra. E, porque quiseram esquecer, Mia Couto sentiu-se à vontade para inventar. Tinha licença para entrar na chamada grande História. O seu novo livro, "A Cegueira do Rio", fala-nos sobre vários apagamentos, incluindo o da escrita, e é precisamente um convite a uma outra escrita e à possibilidade de escrever a História em conjunto. Ou, "se vamos esquecer, ao menos esqueçamos juntos". É essa sabedoria que o escritor moçambicano deseja também para o seu país. "Vivi 16 anos de guerra civil; não quero mais".


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