Notícia
Angola: António e Amélia também estiveram "lá"
Uma guerra colonial de 13 anos e só depois de cair a ditadura Portugal reconheceu o direito à independência dos povos que tinha colonizado. No final de 1975, Portugal era do Minho ao Algarve. Em pouco tempo, tinham chegado ao País cerca de 500 mil pessoas, vindas das chamadas províncias ultramarinas. Portugal estava ocupado com a entrada em democracia, na Europa e no futuro e, durante décadas, não se falou sobre o assunto. Era difícil, recente, traumático. Mas era inevitável que um dia nos começássemos a lembrar. Serão raras as famílias que não tenham um "retornado" ou um ex-combatente. Durante Agosto, todas as sextas-feiras, vamos publicar uma série de textos sobre os acontecimentos que marcaram o País há 40 anos. Começamos com a história de um casal numa aldeia da Guarda. Uma história de "retorno", comum a milhares de pessoas, mas que continua por contar. Uma história de quem "retornou" directamente para o interior, para a aldeia de onde tinha saído, tentando retomar a vida como se nunca tivesse partido.
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A primeira coisa que António e Amélia Dias dizem é que não têm nada de especial para contar, isto é, nada que seja diferente de tantos outros. São um casal entre meio milhão de pessoas que regressaram a Portugal em 1975 no processo de descolonização. Têm um histó...