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Angkor Wat: Há que ter tempo para apreciar tanta história

O maior complexo religioso do mundo tem dezenas de templos, que atraem cerca de dois milhões de turistas por ano. Trata-se de um dos mais imperdíveis destinos turísticos da Ásia, mesmo para quem não é fã de religião.

04 de Dezembro de 2016 às 10:00
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A cidade-templo, tradução do khmer para Angkor Wat, começou a ser construída há 900 anos como forma de homenagear a deusa hindu Vishnu. Mas com o tempo transformou-se num templo budista que, em conjunto com os restantes que compõem o complexo, o tornam no maior e mais impressionante de todo o mundo, com cerca de 1.626 quilómetros quadrados. Inscrito em 1992 como Património Mundial pela UNESCO, o principal dos templos da região é apenas um dos 37 edifícios visitáveis, uns mais bem preservados do que outros.

A visita merece, por isso, ser demorada, até porque os templos principais não estão propriamente construídos ao lado uns dos outros, o que obriga à existência de um transporte para completar todo o percurso. Em Siem Reap, a cidade que serve de base ao turismo de Angkor, e que está a apenas cinco quilómetros do complexo, consegue organizar-se tudo: há hotéis e agências de viagens capazes de preparar um roteiro para o turista ao mais ínfimo pormenor. Quem prefere o conforto pode sempre alugar um carro com motorista; mas sem dúvida de que o meio mais popular é o tuk-tuk. Há milhares por toda a cidade e o preço para um dia de aluguer (com condutor) ronda os 12 euros, dependendo da capacidade de negociação de cada visitante. A bicicleta tem sido uma opção crescente, uma vez que custa cerca de três euros por dia, mas exige uma enorme capacidade física, uma vez que o calor e a humidade são intensos durante todo o ano.

São 17 os edifícios que compõem o circuito pequeno (há também um circuito maior, mas exige uma visita ainda mais demorada), o mais escolhido pelos turistas e aquele que permite admirar minimamente toda aquela imponência. É necessário um dia completo (do nascer ao pôr-do-sol) para ter uma ideia geral do que foi Angkor, mas é aconselhável ficar pelo menos três dias para aprofundar um pouco mais a história da região, apreciar convenientemente alguns edifícios mais bem preservados e tirar as melhores fotografias. Actualmente, o preço para o bilhete de um dia custa cerca de 18 euros, enquanto o de três dias ronda os 36 euros; no entanto, o Governo do Cambodja duplicou os preços para controlar um pouco o afluxo de turistas; no ano passado, rondaram os dois milhões. A medida é controversa e tem merecido forte oposição.

Pedra sobre pedra

O templo principal, Angkor Wat, é o que atrai todos os turistas a Siem Reap. Encontra-se impecavelmente preservado, é enorme (3,5 quilómetros de perímetro total) e proporciona fotografias incríveis, tendo um fosso com 30 metros de largura a toda à volta. É dali que todos partem e é ali que todos acabam por chegar, após um dia intenso. Não há um tempo médio para desfrutar de tudo aquilo, uma vez que são necessárias várias horas para apreciar a grandeza e a harmonia da sua construção, além do incontável número de estátuas e baixos-relevos, que tornam este templo num caso de estudo para tantos apaixonados pela história das civilizações mundiais. Dispõe de quatro torres, orientadas segundo os pontos cardeais, com uma outra a servir de centro do templo, com 43 metros de altura.

Mas Angkor conta com vários outros templos de inegável interesse, e que merecem igualmente uma visita atenta. Desde logo, o magnífico Ta Prohm, que se encontra degradado, mas que tem a particularidade de se encontrar no meio de uma floresta, envolvido pelas enormes raízes das árvores, o que o torna único no mundo, pela perfeita harmonia entre a natureza e o trabalho do homem. O Angkor Thom, outrora capital do império Khmer, ocupa uma área de nove quilómetros quadrados, com um muro (parcialmente destruído) a toda a volta e seis templos no seu interior; é menos impressionante do que o Angkor Wat, mas os seus templos - em especial o Bayon - são muito curiosos.

Caso se interesse por fotografia, não se esqueça de perguntar no seu hotel quais os melhores locais em determinada hora do dia. Angkor Wat, por exemplo, é mais bonito ao nascer do Sol, enquanto Phnom Bakheng, no cimo de um monte, é muito popular para o pôr-do-sol, embora a vista sobre os templos de Angkor não seja de entusiasmar. Parece unânime a opinião de que a luz da manhã é mais favorável nos templos principais, e por isso não há nada como começar cedo a visita.


Melhor em Dezembro e Janeiro

Siem Reap é uma cidade sem grande interesse. Tem um aeroporto internacional e uma estação de autocarros bem organizada, o que lhe permite receber um grande fluxo de turistas diariamente. Tem um mercado nocturno, que serve mais para vender recordações, uma rua só de bares e esplanadas. Tem igualmente dezenas de hotéis com variados graus de conforto (e preços a partir de quatro euros para um hostel) e restaurantes com comida da região, mas também pizzas e massas.

A melhor altura para visitar os templos de Angkor é entre Dezembro e Janeiro, durante a chamada estação seca (é igualmente a estação alta): a quantidade de chuva é menor e a temperatura é bem mais convidativa: cerca de 30 graus e humidade relativa mais baixa; em Novembro e de Fevereiro a Abril, a chuva é um pouco mais significativa e as temperaturas sobem. Em contraste, chove mais quando é Primavera ou Verão na Europa (de Maio a Outubro), além de que as temperaturas sobem facilmente dos 35 graus.



Como ir
São sempre necessárias duas escalas para chegar a Siem Reap, uma vez que não há voos directos da Europa para a segunda cidade do Cambodja (nem para a capital). As principais companhias europeias voam para vários destinos na Ásia, como Kuala Lumpur, Banguecoque, Hong Kong e algumas cidades da China, de onde é possível voar para Siem Reap. Comprando com antecedência, o bilhete de avião pode custar menos de 600 euros.
Muitas pessoas visitam Angkor Wat como parte de uma viagem mais longa; nesse caso, é possível chegar por terra a Siem Reap, seja partindo da capital Phnom Penh (cerca de quatro horas), ou dos países vizinhos Vietname, Laos ou Tailândia, sendo Banguecoque a cidade mais próxima e mais popular, a cerca de seis horas de autocarro.

Moeda
A moeda oficial do Cambodja é o riel (1 euro = 4,27 riels), podendo ser trocado em bancos, hotéis e casas de câmbio por todo o país (oficiais e não oficiais). O dólar também é moeda comum no país, sendo habitual os pagamentos dos turistas serem feitos na moeda dos Estados Unidos; o baht tailandês (1 euro = 37,76 bahts) é igualmente aceite sem problemas.

Visto
O Governo do país tem um eficiente serviço de e-visa. Basta preencher um formulário no site oficial do serviço (www.evisa.gov.kh) e pagar 37 dólares (cerca de 34 euros), enviando também uma fotografia tipo passe. Demora três dias úteis a ser processado, bastando depois imprimir e juntar ao passaporte (ou colar no passaporte). Em alternativa, pode comprar-se o visto à chegada pelo mesmo preço, embora as filas sejam habitualmente enormes.

Línguas
A língua oficial no Cambodja é o khmer, que tem grandes influências do tailandês e do francês. No entanto, o francês e o inglês são falados um pouco por todo o país, principalmente ao nível do comércio e dos serviços.

Comida
A base da comida no Cambodja é o arroz, servindo de acompanhamento a grande parte das refeições e sendo mesmo apreciado como sobremesa. O peixe é muito utilizado e cozinhado numa série de maneiras; quanto às carnes, as mais comuns são o frango e o porco, sendo a comida servida normalmente bastante condimentada. As sopas de noodles são igualmente populares, com carne, peixe ou legumes. Quanto às frutas, predomina o ananás, manga, coco, papaia e a melancia; há um fruto local muito apreciado pelos turistas: o rambutan (uma espécie de líchias).



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