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Orey Antunes afundou mais de 30% em bolsa antes de anunciar PER. Agora recupera

A Orey Antunes divulgou o pedido de revitalização que colocou junto da Comarca de Lisboa esta quinta-feira. A negociação em bolsa, contudo, "ressuscitou" dias antes, e mostra agora alguma recuperação após fortes quebras.

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A Sociedade Comercial Orey Antunes (SCOA) informou, através de um comunicado publicado no site da CMVM esta quinta-feira, que pediu a abertura de um Processo Especial de Revitalização (PER), com vista à sua recuperação. Nas duas sessões anteriores a este anúncio, os títulos desta cotada desvalorizaram mais de 30%, para agora seguirem com uma recuperação de quase 4%.

A empresa liderada por Duarte d'Orey (na foto) não registava atividade de negociação desde 5 de novembro, de acordo com os dados da Bloomberg, mas as duas sessões anteriores ao envio do comunicado à CMVM registaram uma atividade relevante. No dia 27 de novembro, as ações da sociedade desvalorizaram 13,33% para os 13 cêntimos. No dia seguinte, a quebra foi maior, de 21,54% para os 10,2 cêntimos, colocando as perdas na soma das duas sessões nos 32% e levando os títulos a tocarem em mínimos históricos.


Além das variações substanciais, o volume de negociação também foi superior ao habitual. Há dois dias, trocaram-se 18.648 ações, mais de três vezes acima da média atual, de 5.486. Na sessão subsequente, regista-se um volume de 11.679 ações. Esta sexta-feira, o número sobe para as 30.404 ações. Antes destes três dias, a média de negociação cifrava-se em pouco mais de 3.000 títulos por dia.

Os últimos anos têm sido de derrotas em bolsa para a Orey. Desde 2015 que o saldo anual é negativo, com quebras anuais de 17%, 50%, 13% e 37%, a cada ano até 2018. Em 2019, as perdas já estão nos 74%.

PER, para que te quero

O objetivo do PER é, de acordo com o comunicado enviado ao regulador, "estabelecer negociações com os seus credores de modo a concluir um acordo conducente à sua revitalização, através da implementação de medidas de regularização do passivo que assegurem a sua viabilidade a longo prazo". Além disto, a sociedade pretende a entrada de investidores que possam contribuir para dotar a SCOA dos meios necessários para reembolsar os credores após a aprovação do mesmo.

O pedido de revitalização foi entregue junto do Tribunal Judicial de Comarca de Lisboa e "abrange apenas a SCOA individualmente, a qual chamará a este plano todos os credores das suas subsidiárias de direito português por si integralmente e diretamente detidas, (…) em concreto, as sociedades Orey Gestão Imobiliária, S.A. e a Orey Financial, Instituição Financeira de Crédito, S.A", deixando de fora as empresas da área de negócio de transportes e logística.

Do plano consta que cerca de 42 milhões de euros de créditos comuns e créditos sob condição serão objeto de perdão de dívida de capital, de 90% a 95%, e perdão de juros de 100%. Já os 13,8 milhões de euros de créditos subordinados de outras sociedades do grupo sobre a Orey serão integralmente objeto de perdão. Assim, perto de 56 milhões de euros de dívidas terão perdão integral de juros.

Os assuntos pendentes

A Orey Financial, recorde-se, vai ficar sem a licença de intermediário de crédito atribuída pelo Banco de Portugal (a decisão final só será tomada após aval do Banco Central Europeu), tendo tido de transferir os ativos que detinha sob custódia dos seus clientes.

No passado dia 8, a Orey anunciou ter passado de prejuízos a lucros de 269 mil euros entre janeiro e junho deste ano. A empresa liderada por Duarte d’Orey (na foto) fechou o primeiro semestre do ano com um resultado líquido de 269 mil euros, o que compara com prejuízos de 3,41 milhões de euros no mesmo período de 2018.

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