A Grécia começa a ver a luz ao fundo do túnel, após anos de uma profunda crise financeira, e os investidores estão a marcar terreno principal índice da bolsa grega -  o ASE Athens Stock Exchange General Index - valorizou 21% desde o início do ano, um dos melhores desempenhos do mundo. Muito superior ao das acções europeias, que foi pouco superior a 8%. Os sinais também são positivos do lado da dívida pública onde o retorno é de 14%, a mais rentável da zona euro em 2017.

Apesar de ainda não haver fumo branco nas negociações, entre o governo helénico e os credores internacionais, os investidores acreditam que a bolsa de Atenas pode ser um bom investimento. Na última década o benchmark da bolsa de Atenas afundou a pique de mais de 5.000 pontos para cerca de 780 actualmente. O que faz com que o mercado esteja a preço de saldo.

Segundo a Reuters, dois terços do dinheiro que saiu do país, aquando da fuga de capitais em plena crise, já voltaram à Grécia. Mas a bolsa permanece barata e os receios de um golpe de última hora nas negociações, entre Alex Tsipras e os credores, ainda existem. Na semana passada registou-se mais um impasse. Depois de mais de 7 horas de conversações, que se prolongaram pela noite dentro no Eurogrupo, o encontro acabou sem acordo para aliviar a dívida pública helénica e desembolsar a segunda tranche prevista no memorando de entendimento grego.

Apesar de tanto Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, como Euclid Tsakalotos, ministro grego das Finanças, se terem mostrado confiantes, em chegar a acordo na próxima cimeira dos ministros das Finanças do bloco do euro - que decorre dentro de duas semanas -, os mercados reagiram negativamente a mais um adiamento. Mas o cenário de ruptura é cada vez menos provável até porque depois do Brexit, em Bruxelas tudo se fará para não reacender a discussão do Grexit.

Este impasse faz com que muitos investidores prefiram continuar à margem. A Reuters conta que grandes fundos como BlackRock, Fidelity Investments e Vanguard já estabeleceram pontos de apoio em acções como o National Bank of Greece e a empresa de jogo OPAP. "Com a Grécia, aprendemos a ser pacientes ... mas a direcção da viagem é clara", defende Christopher Colunga, que gere um fundo de acções europeu emergentes para a BlackRock, que aumentou a exposição grega em mais de 7% em Abril, em declarações à Reuters.

Os corretores locais destacam que os volumes da bolsa de Atenas duplicaram em Maio, com os investidores interessados especialmente em acções da banca, do sector do jogo e outras tais como Hellenic Telecom, Motor Oil e Jumbo. "Muitas pessoas estão de olhos postos na Grécia e esperam por uma solução política. O dinheiro chegará de certeza ", disse Rudolf Bohli, chefe do hedge fund Suíço RBR Capital.

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