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Não há um ambiente concorrencial com os grandes "players" mundiais de comércio. São dois retalhistas - com muitas lojas físicas - que realçam a desvantagem com empresas como a Amazon.
"O e-commerce é dominado pelos gigantes mundiais e entram pela porta dentro, pagam IVA, mas não empregam ninguém, não pagam IRC, não pagam segurança social. O 'level playing field' não existe", afirma Cláudia Azevedo, presidente da Sonae, na conferência que a APED (Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição) está a realizar esta quarta-feira, 12 de maio.
A presidente da dona do Continente lembra que "o ecossistema do retalho é mundial e temos de ser competitivos com essas empresas. Investimos fortemente em Portugal e somos 'players' mundiais".
Pedro Soares dos Santos admite que o e-commerce vai ser uma realidade muito maior no não alimentar, mas as "lojas têm de se reinventar". "Não podemos fazer desaparecer este parque imobiliário, vamos reinventá-los com o que o e-commerce não dá. Os dois funcionam em paralelo".
E deixa outra visão de futuro. A preocupação ecológica vai também dar mais razão à proximidade. O comércio de proximidade é mais sustentável. "Nestas [empresas como a] Amazon a pegada carbónica é outra, e vai ter impacto e vão sofrer". Por isso deixa a esperança que "a União Europeia olhe para isto como fator importante para a competitividade. Senão, vamos distorcer, porque temos palavras para [os negócios] locais e não temos capacidade de intervenção para os 'players' mundiais".
O consumidor também vai ser alertado disso mesmo.
Nesta conferência, ambos os empresários realçaram o esforço feito nas suas equipas para, nos momentos de confinamento, manterem a cadeia de abastecimento alimentar a trabalhar e sem ruturas.
"O setor, todo este ecossistema, está de parabéns", afirmou Cláudia Azevedo.