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“O poder da ação coletiva”. Guterres apela a que se apaguem as luzes na Hora do Planeta

Iniciativa internacional está agendada para sábado, dia 22, para sensibilizar a população para a importância de preservar a Terra e de combater as alterações climáticas. Em Portugal, vários municípios já disseram "presente".

18 de Março de 2025 às 18:47
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São apenas 60 minutos, entre as 20h30 e as 21h30 do próximo sábado, dia 22, em que milhões de pessoas em todo o mundo vão apagar as luzes e participar no movimento Hora do Planeta. A iniciativa internacional, promovida pela World Wilde Fund for Nature (WWF), tem como objetivo sensibilizar para os riscos das alterações climáticas e da perda de biodiversidade.

"A Hora do Planeta é sobre solidariedade, esperança e o poder da ação coletiva", destaca António Guterres, secretário-geral da ONU, num vídeo publicado na internet. "A Terra precisa de si", insiste o líder, que recorda como o mundo assistiu, em 2024, ao "ano mais quente", mas também à década "mais quentes e [a]os mares mais quentes de que há registo".

Segundo o Copernicus, a temperatura média do planeta foi, no ano passado, de 15,10 graus, mais 0,72 graus do que a média entre 1991-2020 e mais 0,12 graus do que em 2023. Recorde-se que o objetivo central do Acordo de Paris é evitar que a temperatura média aumente para lá dos 1,5 graus até ao final do século, uma meta que parece cada vez mais difícil de atingir – pelo menos, se a humanidade não mudar drasticamente.

A "calamidade climática provocada pelo homem" é visível, assegura Guterres, que não tem dúvidas sobre o impacto da ação humana no aumento da temperatura, dos incêndios, das tempestades ou das secas históricas. "Junte-se a nós. Apague as suas luzes no dia 22 de março às 20h30, hora local. Dê uma hora à Terra", apela.

Este ano, a WWF Portugal lançou o Banco de Horas, que permite contabilizar o tempo que cada pessoa, empresa ou município dedica a ações sustentáveis, e medir o impacto real do seu contributo para um mundo mais sustentável.

Participar é simples. Basta, à hora marcada (20h30 às 21h30), desligar as luzes e dedicar esse tempo a atividades que promovam a sustentabilidade ou a proteção ambiental. Ou, em alternativa, participar de forma meramente simbólica. Por cá, municípios como o de Almeida, Câmara de Lobos, Chaves, Trofa ou Loulé já confirmaram que vão participar, desligando as luzes de edifícios públicos e monumentos emblemáticos durante a Hora do Planeta.

A iniciativa nasceu em Sydney, na Austrália, em 2007. Nessa primeira edição, mais de 2,2 milhões de pessoas e cerca de duas mil empresas apagaram as luzes durante 60 minutos, num gesto simbólico contra as alterações climáticas. Estima-se que, nesse dia, o consumo de eletricidade na cidade tenha caído cerca de 2%.

De lá para cá, o movimento cresceu e alcança hoje milhares de cidades em 192 países, onde todos os anos são desligadas as luzes. "Use o seu poder para lutar por um mundo melhor para todos nós", pede António Guterres.

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