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Lula da Silva: “O Brasil está de volta”

Na Conferência do Clima das Nações Unidas, o presidente eleito apelou a que os acordos para combater as alterações climáticas saiam do papel e ofereceu o Brasil para ser o país anfitrião da COP em 2025.

17 de Novembro de 2022 às 10:37
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O Brasil está de volta à luta mundial contra as alterações climáticas, assegurou Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito do Brasil, nesta quarta-feira, na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que está a decorrer em Sharm-el-Sheik, no Egipto.

"O Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável. De um mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes e não apenas uma minoria privilegiada", começou por referir Lula da Silva.

Num discurso de alerta e de pressa, sublinhou que o mundo precisa de "mais liderança para reverter a escalada do aquecimento, os acordos já finalizados têm que sair do papel". Chamou a atenção, por isso, que é preciso "tornar disponíveis recursos para que os países em desenvolvimento, em especial os mais pobres, possam enfrentar as consequências de um problema criado em grande medida pelos países mais ricos, mas que atinge de maneira desproporcional os mais vulneráveis".

O presidente eleito reconheceu o papel do Brasil para a saúde do planeta e prometeu voltar a combater o desmatamento na Amazónia, na medida em que, após as eleições em que derrotou Jair Bolsonaro, "a democracia venceu e com isso voltam a vigorar os valores civilizacionais, o respeito pelos direitos humanos e o compromisso de enfrentar com determinação a mudança climática", referiu. "O mundo sente saudade do Brasil, quero dizer que o Brasil está de volta", acrescentou.

Neste regresso à mesa das negociações mundiais, Lula garantiu que quer ajudar os países mais pobres com investimentos e transferência de tecnologia e também ajudar "a construir uma ordem mundial pacífica, assentada no diálogo, no multilateralismo e na multipolaridade", defendendo que "é preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto, hoje restrito a alguns poucos, para a efetiva promoção do equilíbrio e da paz".

Lula chamou ainda a atenção para os inúmeros desastres naturais que estão a acontecer a nível global devido às alterações climáticas, onde "ninguém está a salvo". Por isso, anunciou a realização, após tomar posse, da primeira Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazónica e ofereceu o Brasil como país anfitrião para receber a COP30, em 2025.

 

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