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Líderes da UE querem mais indústria verde na Europa

Um projeto de declaração dos líderes defende mais apoio às indústrias para fabricarem as tecnologias necessárias à transição climática na União Europeia.

26 de Junho de 2024 às 10:21
Ao fim de apenas quatro meses, os apoios disponíveis cobrem menos de 15% dos veículos elétricos matriculados.
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Os líderes da União Europeia (UE) vão apelar esta semana a uma maior concentração do fabrico de tecnologias verdes na Europa, de forma a concorrer com a China e os Estados Unidos na produção de carros elétricos e turbinas eólicas.

Os líderes dos países da UE reúnem-se em Bruxelas na quinta-feira para uma cimeira de dois dias, onde pretendem decidir quem deve ocupar os principais cargos do bloco e dar orientações sobre os objetivos políticos para os próximos anos. Segundo um projeto de declaração dessa orientação, ao qual a Reuters teve acesso, está patente o desejo dos decisores políticos europeus de apoiar as indústrias europeias a fabricar as tecnologias necessárias para cumprir os objetivos climáticos.

"Vamos criar um ambiente mais favorável ao aumento da capacidade de fabrico de tecnologias e produtos com emissões líquidas nulas na Europa", diz o projeto de declaração, acrescentando que a transição ecológica da Europa deve centrar-se na manutenção da competitividade das indústrias.

Porém, outros temas verdes estão menos proeminentes no projeto, na medida em que não é especificado se os líderes pretendem reforçar as políticas climáticas da UE nos próximos cinco anos ou investir mais na adaptação ao agravamento dos riscos de alterações climáticas, como inundações e ondas de calor, salienta a Reuters.

Uma das próximas tarefas da Comissão Europeia é propor um objetivo juridicamente vinculativo para a UE reduzir as emissões até 2040. Este objetivo não foi mencionado no projeto.

À Reuters, dois diplomatas da UE afirmaram que alguns governos tentaram reduzir a tónica dos documentos na agenda verde da Europa, que nos últimos meses tem enfrentado a oposição de políticos de direita e de extrema-direita.

A vitória desses partidos nas eleições para o Parlamento Europeu deste mês deverá dificultar a aprovação de políticas climáticas ambiciosas nos próximos cinco anos. Recorde-se, por exemplo, que meses de protestos por parte dos agricultores contribuíram para aumentar a cautela dos decisores políticos em relação à adoção de novas regras para o setor.

Ainda assim, segundo o documento, "a União Europeia promoverá um setor agrícola competitivo, sustentável e resiliente, que continue a garantir a segurança alimentar e a defender comunidades rurais dinâmicas", acrescentando que o bloco continuará a proteger a natureza.

O documento defende também que os países da UE terão de investir mais na substituição dos combustíveis fósseis por eletricidade, bem como nas redes elétricas e no armazenamento de energia.

 

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