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Guterres está na Antártida para ver “impacto mortal da crise climática”

Acompanhado do presidente do Chile, o secretário-geral das Nações Unidas vai visitar dois glaciares e conversar com cientistas. O objetivo é partilhar a sua experiência na COP28, que se inicia a 30 de novembro.

23 de Novembro de 2023 às 14:10
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, e Gabriel Boric, presidente do Chile, na Antártida
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António Guterres já está em território chileno da Antártida e a ver "com os seus próprios olhos o impacto mortal da crise climática", conforme deu conta no início desta semana. O secretário-geral da ONU está acompanhado do presidente do Chile, Gabriel Boric.

"O Chile é a porta de entrada para a Antártida e, juntamente com a comunidade internacional, temos o dever de combater a crise climática que afeta o nosso planeta. Juntamente com o secretário-geral das Nações Unidas avançaremos em direção a este objetivo", referiu Gabriel Boric esta manhã na rede social X.


"A Antártida não é apenas o lar de 90% do gelo do planeta e de 77% da água doce disponível: os seus mares são fundamentais para a regulação do clima global. Hoje visitaremos diferentes áreas do território antártico chileno, juntamente com a equipa governamental e o secretário-geral das Nações Unidas para destacar a importância do continente branco na luta contra as alterações climáticas", acrescentou o governante.

Enquanto estiver na Antártida chilena, o secretário-geral irá ver os glaciares Collins e Nelson e espera-se que visite também a ilha Kopaitic, que alberga pinguins e outras espécies que estarão a ser afetadas pelas alterações climáticas. Vai também visitar algumas bases de investigação e conversar com cientistas.

O objetivo da visita é partilhar a sua experiência com os delegados da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que se realizará no Dubai de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023.

"As temperaturas escaldantes significam que o gelo da Antártida está a derreter cada vez mais depressa, com consequências mortais para pessoas em todo o mundo. Levarei as minhas experiências para a COP28, onde apelarei a uma ação que corresponda à dimensão da crise que enfrentamos", referiu Guterres nesta segunda-feira, aquando da apresentação do "Relatório sobre a Lacuna de Emissões de 2023", realizado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente, e que deu conta de que as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) estão a atingir máximos históricos, com um aumento de 1,2% em relação ao ano passado e a aproximar-nos de um "beco sem saída".

Recorde-se que o relatório concluiu que, a menos que os países intensifiquem a ação climática e cumpram mais do que o prometido nos seus compromissos para 2030, o mundo caminha para um aumento da temperatura de 2,5-2,9°C acima dos níveis pré-industriais. 

Para voltar ao caminho do aumento de temperatura de 2°C acima dos níveis pré-industriais, as emissões devem ser reduzidas em pelo menos 28% em comparação com os cenários atuais. Para que não se atinja o limite de 1,5°C, será necessária uma redução de 42%.

"Os líderes devem aumentar drasticamente a sua aposta agora, com ambição recorde, ação recorde e reduções de emissões recorde. A próxima ronda de planos climáticos nacionais será crucial. Estes planos devem ser apoiados com o financiamento, a tecnologia, o apoio e as parcerias que os tornem possíveis. A tarefa dos líderes na COP28 é garantir que isso aconteça", sublinhou Guterres no seu discurso.

 

 

 

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