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Na sequência da crise de "obrigou o país a uma paragem quase total e súbita" em muitos setores, os líderes e gestores de quatro dezenas de grandes empresas assinam um manifesto que defende a "transformação do nosso modelo de desenvolvimento, no sentido de assegurar a sua sustentabilidade social e ambiental, a par da económica".
Num manifesto que promove objetivos gerais, mais do que medidas concretas, presidentes executivos, diretores e administradores consideram que "a resposta a esta crise deve valorizar o investimento e o emprego, enquanto promove uma sociedade mais inclusiva e mantém o rumo traçado no sentido da transição para economias e sociedades de menor intensidade carbónica e que garantam os equilíbrios da biosfera".
"Por outro lado, tem de contribuir para conter o impacto nas finanças públicas da quebra da atividade económica, e tirar partido das oportunidades para Portugal dos reequilíbrios da economia global e europeia", acrescentam.
Assim, em nome do BCP, da Sonae, da Tabaqueira, da Galp, da Navigator, da Euronext, da PLMJ, da Brisa, da Corticeira Amorim, entre muitas outras grandes empresas (num total de 64), os signatários "declaram ter a ambição de contribuir" para um modelo de desenvolvimento baseado em cinco ideias:
* Promoção do desenvolvimento sustentável e inclusivo, com especial incidência na implementação coletiva dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e do Acordo de Paris sobre o clima, na requalificação das pessoas e na transição digital e tecnológica;
* Promoção do crescimento, para criação do valor indispensável que garanta o bem-estar e a segurança de todos os portugueses. Deve procurar-se aproveitar as oportunidades decorrentes do Pacto Ecológico Europeu e de outros mecanismos de acesso ao investimento, mas, também, capitalizar no posicionamento geoeconómico de Portugal, como fator de competitividade da economia e como fator de diversificação dos respetivos setores estratégicos e de criação de novas atividades exportadoras;
* Busca da eficiência, na gestão dos recursos naturais e financeiros de que Portugal dispõe, com foco na respetiva produtividade, na preservação do capital natural, na adoção de tecnologias e sistemas inteligentes, na redução dos impactes ambientais, na promoção da economia circular e, ainda, na promoção da adoção de novos comportamentos mais responsáveis por parte dos consumidores e da sociedade;
* Reforço da resiliência, através da integração das políticas públicas e da iniciativa privada, em processos colaborativos, na prossecução de objetivos de longo prazo, que assegurem a adaptação aos desafios da sustentabilidade e que, ao mesmo tempo, valorizem o emprego e o acesso ao rendimento e à qualidade de vida. A segurança dos processos e das cadeias de valor é, ainda, uma nova realidade a integrar nesta perspetiva;
* Reforço da cidadania corporativa, através do fortalecimento da responsabilidade social como fator de equilíbrio, agindo em benefício da sociedade como um todo e contribuindo para a comunidade, dando especial atenção às ameaças aos direitos humanos e reconhecendo a responsabilidade coletiva para proteger os mais vulneráveis, através da contribuição para as respostas sociais e de saúde, em Portugal e no mundo.
Leia o Manifesto na íntegra
Aproveitar a crise para lançar um novo paradigma de desenvolvimento sustentável
A emergência COVID-19 obrigou o País a uma paragem quase total e súbita em muitos setores da economia, bem como em toda a sociedade, com impactos significativos no dia-a-dia, indiferentes às dimensões coletivas e individuais, privadas e públicas, de negócio, de serviço público ou de economia social.
A crise gerada pela pandemia é diferente de crises anteriores, marcadas por impactos mais graduais, e por causas mais específicas, e que, por isso, ao contrário desta, permitiram uma maior margem de adaptação às pessoas e às empresas.
Nunca, como agora, o nosso futuro dependeu tanto da nossa capacidade, enquanto sociedade, de passar das palavras aos atos na transformação do nosso modelo de desenvolvimento, no sentido de assegurar a sua sustentabilidade social e ambiental, a par da económica.
A solução para esta crise deve dar resposta à contração do PIB, já muito significativa e que tenderá ainda a agravar-se, à medida que forem conhecidos os efeitos do confinamento, tanto na economia portuguesa como na economia mundial. Mas é necessário ir mais longe, promovendo uma transformação do nosso modelo de desenvolvimento.
Mais especificamente, a resposta a esta crise deve valorizar o investimento e o emprego, enquanto promove uma sociedade mais inclusiva e mantém o rumo traçado no sentido da transição para economias e sociedades de menor intensidade carbónica e que garantam os equilíbrios da biosfera. Por outro lado, tem de contribuir para conter o impacto nas finanças públicas da quebra da atividade económica, e tirar partido das oportunidades para Portugal dos reequilíbrios da economia global e europeia.
Neste contexto, o BCSD Portugal e os seus membros declaram ter a ambição de contribuir para que Portugal construa um modelo de desenvolvimento baseado em cinco ideias fundamentais:
- Promoção do desenvolvimento sustentável e inclusivo, com especial incidência na implementação coletiva dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e do Acordo de Paris sobre o clima, na requalificação das pessoas e na transição digital e tecnológica;
- Promoção do crescimento, para criação do valor indispensável que garanta o bem-estar e a segurança de todos os portugueses. Deve procurar-se aproveitar as oportunidades decorrentes do Pacto Ecológico Europeu e de outros mecanismos de acesso ao investimento, mas, também, capitalizar no posicionamento geoeconómico de Portugal, como fator de competitividade da economia e como fator de diversificação dos respetivos setores estratégicos e de criação de novas atividades exportadoras;
- Busca da eficiência, na gestão dos recursos naturais e financeiros de que Portugal dispõe, com foco na respetiva produtividade, na preservação do capital natural, na adoção de tecnologias e sistemas inteligentes, na redução dos impactes ambientais, na promoção da economia circular e, ainda, na promoção da adoção de novos comportamentos mais responsáveis por parte dos consumidores e da sociedade;
- Reforço da resiliência, através da integração das políticas públicas e da iniciativa privada, em processos colaborativos, na prossecução de objetivos de longo prazo, que assegurem a adaptação aos desafios da sustentabilidade e que, ao mesmo tempo, valorizem o emprego e o acesso ao rendimento e à qualidade de vida. A segurança dos processos e das cadeias de valor é, ainda, uma nova realidade a integrar nesta perspetiva;
- Reforço da cidadania corporativa, através do fortalecimento da responsabilidade social como fator de equilíbrio, agindo em benefício da sociedade como um todo e contribuindo para a comunidade, dando especial atenção às ameaças aos direitos humanos e reconhecendo a responsabilidade coletiva para proteger os mais vulneráveis, através da contribuição para as respostas sociais e de saúde, em Portugal e no mundo.
O BCSD Portugal e os seus associados acreditam que é fundamental saber aproveitar este tempo para lançar novas bases para o crescimento, para construir um futuro mais eficiente e resiliente, assente em soluções baseadas na evidência científica e na inovação, bem como na adoção de comportamentos mais responsáveis, que se traduzam num modelo de desenvolvimento sustentável e numa sociedade mais coesa e capaz de fazer face aos riscos e desafios deste novo século.
Esta é a altura certa para, num mundo cada vez mais complexo e interdependente, numa atuação sistémica e concertada, construirmos um novo caminho, para um modelo de desenvolvimento que seja justo e equilibrado, em que as empresas têm a oportunidade de reforçar o seu propósito com um novo modelo de partilha de valor com a sociedade e as futuras gerações. Façamos desta crise uma oportunidade para a sustentabilidade, em Portugal, na Europa e no mundo.
O BCSD Portugal é uma associação que congrega cerca de 100 empresas portuguesas, que no seu conjunto representam uma fatia importante do PIB nacional, sendo a sua missão apoiá-las na jornada para a sustentabilidade, através do desenvolvimento de soluções sustentáveis, capazes de responder aos desafios das suas cadeias de valor e, desse modo, contribuir para um modelo de desenvolvimento sustentável, em Portugal e no mundo. Para tal, o BCSD Portugal desenvolve a sua atividade em diversos domínios, nomeadamente, nos domínios da Neutralidade Carbónica, da Biodiversidade, da Cadeia de Valor, da Economia Circular, das Finanças Sustentáveis e das Cidades Sustentáveis.
São signatários do Manifesto «Aproveitar a crise para lançar um novo paradigma de desenvolvimento sustentável»:
3DWays, Francisco Moreira Tenente, Managing Partner
Accenture Consultores de Gestão, Pedro Galhardas, Vice-Presidente
Abreu Advogados, Duarte de Athayde, Managing Partner
A Planet, Joana Paredes Alves, Director of Global Business Development
Grupo Ageas Portugal, Steven Braekeveldt, CEO
ANA – Aeroportos de Portugal, Thierry Ligonnière, CEO
APCER, José Leitão, CEO
Ascendi, Luís Silva Santos, Presidente do Conselho de Administração
Altri, SGPS, S.A., Paulo Fernandes, Presidente Conselho Administração
Ambiosfera, Nuno Carvalho, Diretor Geral
Avenue, Aniceto Viegas, General Manager
BA Glass , Sandra Santos, CEO
Banco Carregosa, Francisco Oliveira Fernandes, Presidente da Comissão Executiva
Banco Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida,C EO
Brisa, Vasco de Mello, Presidente do Conselho de Administração
BSD Consulting, Francisco Neves, Managing Director
Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, Licínio Pina, Presidente do Conselho de Administração Executivo
Carglass Portugal, Jorge Muñoz Cardoso, Director Geral
Cimpor, Luís Fernandes, CEO
Águas do Porto, Frederico Fernandes, Presidente do Conselho de Administração
Consulai, Pedro Santos, Director Geral
Corticeira Amorim, Cristina Amorim, CFO
CTT, João Bento, CEO
Deloitte Consultores, António Lagartixo, CEO
EDP, António Mexia, CEO
EDIA, José Pedro Salema, Presidente do Conselho de Administração
EY Portugal, João Alves, Presidente do Conselho de Administração
Efacec, Ângelo Ramalho, CEO
Euronext Lisbon, Isabel Ucha, CEO
Everis Portugal, António Brandão de Vasconcelos, Chairman
Finerg, Pedro Norton, CEO
Fujitsu Portugal, Carlos Barros, Diretor Geral
Galp, Carlos Gomes da Silva, CEO
Jerónimo Martins SGPS, S.A., Pedro Soares dos Santos, Presidente e Administrador-Delegado
José de Mello Saúde, Salvador de Mello, Presidente do Conselho de Administração
KPMG, Sikander Sattar, Presidente do Conselho de Administração
LIPOR, Aires Pereira, Presidente do Conselho de Administração Executivo
Mendes Gonçalves, Carlos Gonçalves, CEO
Metropolitando de Lisboa, E.P.E , Vitor Domingues dos Santos, Presidente do Concelho de Administração
Millennium bcp, Miguel Maya, CEO
NOS, Miguel Almeida, Presidente Executivo
PLMJ, Luís Pais Antunes, Managing Partner
PRIO, Emanuel Proença, Administrador
PwC, António Brochado Correia, Territory Senior Partner
PT Portugal, Luís Filipe Alveirinho, Chief Technology Officer
REN, Margarida Ferreirinha, Diretora para as áreas da Comunicação e Sustentabilidade
Repsol Portuguesa, Armando Augusto Oliveira, Administrador Delegado
Resíduos do Nordeste EIM S.A., Hernâni Dias, Presidente do Conselho de Administração
S317 Consulting, Filipe Vasconcelos, Managing Partner
Sair da Casca, Nathalie Ballan, Partner
Signium, Felipa Xara-Brasil, Administradora
Sogrape, Fernando da Cunha Guedes, Presidente do Conselho de Administração
Soja de Portugal, António Isidoro?, Presidente do Conselho de Administração
Solvay Portugal - Produtos Químicos, S.A., Jorge Oliveira, Presidente do Conselho de Administração
Sonae, Isabel Barros, Membro do Conselho de Administração da Sonae MC
SUMOL+COMPAL, Júlio Gomes, Assessor da Administração
SustainAzores, Joana Borges Coutinho, CEO
Super Bock Group, Rui Lopes Ferreira, Presidente da Comissão Executiva
Tabaqueira, Miguel Matos, Diretor Geral
Tecnoplano, Bernardo Pinho, Presidente do Conselho de Administração
The Navigator Company, João Castello-Branco, Presidente do Conselho de Administração
Tintex Textiles, Mário Jorge Silva, CEO
Trivalor, Sofia Crisóstomo Silva, Presidente do Conselho Geral e de Supervisão
VdA, João Vieira de Almeida, Managing Partner