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As grandes mudanças que a mobilidade está a ter no mundo

A eletrificação dos automóveis, acompanhada de um reforço das infraestruturas de carregamento, o uso de “car sharing” e “ride sharing” e a complementariedade dos transportes públicos com o uso de bicicletas e trotinetas são as grandes tendências internacionais.

28 de Maio de 2020 às 14:45
Miguel Baltazar/Negócios
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| Diesel e Gasolina perdem terreno face aos automóveis elétricos e híbridos

Os primeiros meses deste ano, apesar da pandemia, mostraram um aumento considerável do peso dos veículos elétricos e híbridos "plug-in" nas vendas de novos automóveis na quase totalidade dos mercados europeus. No primeiro trimestre, as vendas de elétricos puros cresceram 58,2% em termos homólogos, para mais de 130 mil veículos, na Europa Ocidental. Nos híbridos "plug-in" a subida foi de 125,2%, para mais de 96 mil unidades. Em Portugal, os elétricos e híbridos "plug-in" representaram 11% das vendas até final de abril.


| Mobilidade como serviço

A tendência que já se começa a desenhar e que deverá continuar a acelerar é a de que a mobilidade seja vista cada vez mais como um serviço, em particular nos grandes centros urbanos, com os utilizadores a optarem pelas soluções que melhor se adaptam a necessidades específicas (percurso casa-trabalho, transporte de crianças para a escola, etc.). Ainda na primeira metade desta década deverão ainda surgir os primeiros serviços comerciais de táxis aéreos dentro de cidades e entre centros urbanos não muito distantes.


| Propriedade do veículo perde importância

A propriedade do veículo pelos particulares irá perder importância e as soluções de "car sharing" e "ride sharing" serão mais relevantes. O automóvel individual passará de abranger 75% da população em 2015 nos países da OCDE para menos de metade em 2050, segundo apontam alguns estudos. No entanto, estas soluções poderão ser das mais afetadas pelo distanciamento social decorrente da pandemia, atrasando um pouco o seu crescimento.


| Reforço da mobilidade suave nos centros urbanos

As chamadas formas de mobilidade suave, de que são exemplo as bicicletas, elétricas e convencionais, e as trotinetas, continuam a afirmar-se nas principais cidades mundiais, sempre como complemento aos transportes públicos. Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, considera mesmo que "a bicicleta é o modo mais democrático e acessível de nos deslocarmos em curtas distâncias". As bicicletas elétricas, acrescenta, são "um transporte conveniente, rápido, sem esforço, e com custos de utilização próximos de zero, o que o torna uma das melhores opções na cidade".


| Transportes públicos mais verdes e mais massificados

Assiste-se também a uma tendência de uso mais intensivo dos transportes públicos, tendo o Luxemburgo, por exemplo, tornado os transportes gratuitos. Por cá, o Governo apostou no ano passado numa forte redução dos preços dos passes sociais, o que se refletiu num aumento significativo da utilização dos transportes públicos. A eficácia depende, contudo, de uma melhoria do serviço.

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