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Alterações climáticas: como chegámos aqui e quais os impactos na nossa vida?

Temperatura, níveis de dióxido de carbono, degelo: nos últimos anos, os principais indicadores da crise climática renovaram recordes. Mas como chegámos até aqui? E quais os impactos na nossa vida e na biodiversidade?

Bloomberg
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Temperatura do ar sobe 1 ºC
Variação da temperatura da atmosfera em relação à média dos últimos 20 anos, em graus Celsius

A subida de temperatura num grau pode não parecer muito, mas se a tendência continuar as temperaturas podem subir entre 3 e 5 ºC até 2100.
Os 20 anos mais quentes foram registados nos últimos 22 anos, com o período entre 2015-2018 a registar os valores mais altos.
A temperatura começou a subir há dois séculos, mas disparou depois da II Guerra Mundial, com a subida do consumo e da população.

As causas por trás das alterações climáticas e da perda de biodiversidade

420
Cerca de 420 milhões de hectares de floresta foram destruídos desde 1990 para outros usos, sobretudo para a agricultura. Apesar de a desflorestação ter diminuído na última década, são destruídos cerca de 10 milhões de hectares todos os anos, reduzindo a captação de CO2 e com impacto na biodiversidade.


+0,6%
As emissões de dióxido de carbono provenientes dos combustíveis fósseis continuam a crescer, mas a um ritmo menor. Depois de terem subido a um ritmo anual de 3% durante os primeiros 10 anos de 2000, o ritmo desceu até aos 0,9% em 2016 e voltou a crescer até aos 1,5% em 2018. No ano passado subiu 0,6%.


100 mil
Existe uma variedade de estimativas da quantidade existente de plástico nos oceanos, que variam entre as 10 mil e as 100 mil toneladas. A incerteza deve-se sobretudo à acumulação a grandes profundidades.


4 biliões
O consumo de água doce para a agricultura, indústria e uso doméstico rondava os 671,3 mil milhões de metros cúbicos em 1901. Mais de um século depois, o consumo mais que quintuplicou. São agora consumidos quatro biliões de metros cúbicos de água.


95 milhões
A produção pesqueira praticamente triplicou em 50 anos. Segundo dados da ONU, em 1960 foram pescadas quase 95 milhões de toneladas. Os dados mais recentes citados pelo Banco Mundial, de 2014, apontam para uma produção pesqueira de quase 94 milhões de toneladas de pescado capturado.


136,5
O consumo de combustíveis fósseis mais que triplicou nos últimos 50 anos. Em 1965 o consumo rondava os 40,535 terawatts/hora (TWh) de eletricidade. Em 2018, estes combustíveis eram responsáveis pelo consumo de 136,578 (TWh) de eletricidade a nível mundial. O consumo varia consoante os países.



As consequências das alterações climáticas na nossa vida e na biodiversidade

12,9%
O gelo do mar do Ártico atinge o seu mínimo a cada setembro, está a diminuir a uma taxa de 12,9% por década, em relação à média de 1981 a 2010. Em 1979, a área do gelo do Ártico rondava os 7,05 milhões de quilómetros quadrados. Em 2019, essa extensão está nos 4,32 milhões de quilómetros quadrados.


104
No ano passado registou-se um número acima da média de ciclones tropicais, com 72 no hemisfério norte e 27 no sul. Entre os mais fortes está o Idai, que devastou Moçambique, o Dorian, nas Bahamas (e que se manteve praticamente imóvel durante 24 horas), e o Hagibis que provocou cheias massivas no Japão.


22
Estima-se que, em 2019, cerca de 22 milhões de pessoas em todo o mundo se tenham visto obrigadas a deixar as suas terras devido a desastres naturais provocados pelas alterações climáticas, como tempestades, inundações e ciclones.


300
Segundo um estudo publicado na revista científica Nature, é expectável que até 2050 o aumento do nível do mar faça subir as inundações costeiras médias anuais acima do nível da terra, em zonas que agora são a casa de cerca de 300 milhões de pessoas.


1 em 3
As alterações climáticas podem condenar à extinção uma em cada três espécies de plantas e animais nos próximos 50 anos, já que 50% das espécies analisadas não toleram uma subida da temperatura superior a 0,5 ºC. Uma subida da temperatura menor pode travar o impacto nas espécies.


5
A poluição atmosférica é um fator de risco para muitas causas de morte, incluindo doenças cardiovasculares, enfartes, infeções respiratórias, cancro, diabetes e outras. Assim, a poluição ambiental é um dos principais fatores de risco para a morte. Em 2017, estima-se que tenha provocado a morte a 5 milhões de pessoas.
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