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Portugal está entre os melhores da Europa na qualidade da água das suas praias e na produção de resíduos urbanos, mas deixa a desejar em matéria de reciclagem e emissões por veículos de passageiros. Os dados são da Pordata a propósito do Dia Mundial do Ambiente que se celebra este sábado, dia 5 de junho.
No que diz respeito à qualidade da água, Portugal foi o segundo país que mais melhorou dentro da União Europeia neste século. Graças a isso e à baixa produção de resíduos por pessoa, que coloca Portugal em 3º entre os Estados-membros – por cá, cada um produz apenas 1,5 toneladas de resíduos por ano - é possível que 96% de todas as praias tenham água "de qualidade excelente". O valor está sete pontos percentuais acima da média europeia.
Ainda assim, e apesar da pouco produção de lixo, apenas 2,2% dos materiais é reciclado e reintroduzido numa nova cadeia de valor, o que coloca o país entre os piores dos Estados-membros e longe da média de 11,9% da UE.
Portugal é também o segundo país na União Europeia que consome menos energia por habitante, ao nível das famílias. O valor nacional equivalente ao consumo de 281 quilos de petróleo corresponde a metade da média da UE (551 quilos de petróleo) e é cerca de quatro vezes menor do que o do país mais consumidor, a Finlândia com 1.020 quilos de petróleo por habitante.
No campo da preservação da biodiversidade, o país expandiu a Rede Natura (destinada à preservação de espécies e habitats) marinha de 2,6 mil quilómetros quadrados em 2014 para cerca 32 mil em 2015, e em 2019 este valor era já de 42 mil.
Em solo seco, a dimensão da Rede Natura tem-se mantido praticamente inalterada desde 2013, quando ocupava uma área de 21% do território nacional, mas o espaço ocupado por florestas tem vindo a crescer e alcançou os 50% do território em 2018, um valor acima da média dos Estados-membros de 43,4%.
Mas nem tudo é bom, e tanto Portugal como a UE estão a ficar para trás em matéria de emissões ao nível dos novos veículos de passageiros, que deveriam emitir apenas 95 gramas de CO2 por quilómetro já em 2020, segundo o estabelecido no Acordo de Paris. Ainda assim, em Portugal este valor mantém-se nos 109, apesar de ser inferior à média europeia de 122 gramas por quilómetro.
Outro parâmetro em que Portugal fica atrás dos parceiros europeus é na produção de alimentos biológicos, uma vez que apenas 8,2% dos alimentos produzidos em território nacional evitam o uso de químicos e respeitam o bem-estar dos animais. Apesar disso, registou-se uma evolução de 2,7 pontos percentuais desde 2012, em que apenas 5,5% dos alimentos produzidos correspondiam a estes critérios. Na UE a média é ligeiramente mais elevada - 8,6%.