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Schneider fixa 2050 para atingir neutralidade carbónica

Quinze anos depois de ter iniciado um caminho sistemático no sentido da sustentabilidade, 2021 é um ponto de viragem para a Schneider, levando a sustentabilidade a um outro nível. “Tal como com a covid, temos de ‘achatar a curva’”, afirma o vice-presidente executivo, Philippe Delorme.

26 de Maio de 2021 às 11:30
Philippe Delorme: o pós-covid proporciona a oportunidade de lançar as bases de um novo mundo muito mais verde. DR
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Philippe Delorme salienta, em conversa com o Jornal de Negócios, que os objetivos da Schneider Electric até 2025 são ambiciosos, mas o ‘end game’ é atingir a neutralidade carbónica em 2050, de toda a cadeia de abastecimento e sem compensação de emissões de CO2.

O vice-presidente executivo, responsável pela Gestão de Energia, sublinha que nos últimos 15 anos a empresa conseguiu grandes progressos em termos de sustentabilidade, com destaque para a pegada de carbono, mas com apenas dez anos para atingir as metas do Acordo de Paris, nomeadamente limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus, "sabemos que temos de ir mais longe e mais depressa".

Por isso, a Schneider estabeleceu, no início deste ano, um plano até 2025 com metas bem definidas, para aprofundar as realizações já levadas a cabo.

Comecem o mais cedo que puderem e sejam sistemáticos na abordagem. Philippe Delorme, Vice-presidente executivo da Schneider Electric
Uma das metas é alargar aos fornecedores da empresa os objetivos de sustentabilidade, bem como ampliar ainda mais o trabalho que tem vindo a ser feito pela Fundação Schneider Electric, que impulsiona iniciativas para investir na educação energética, aumentar a sensibilização para a sustentabilidade e combater a pobreza de combustível.

Covid criou oportunidade para a sustentabilidade

"O pós-covid proporciona-nos a oportunidade de lançar as bases de um novo mundo muito mais verde e inovador e a Schneider quer contribuir para isso", afirma Philippe Delorme.

Nos países mais desfavorecidos, nomeadamente no continente africano, e na Índia, a empresa tem vindo a desenvolver inúmeras iniciativas para levar eletricidade com células solares, "ajudando também a criar empregos locais em serviços ecológicos, nesta área".

A empresa tem também apostado em ajudar os clientes a tornarem-se mais sustentáveis: "Já o fazemos há muito, colocando a nossa experiência ao serviço de outras empresas, neste caminho da sustentabilidade, e temos muitos exemplos de edifícios energeticamente sustentáveis, também em Portugal", refere. Mas "desde que a Corporate Knights nos considerou a empresa mais sustentável do Mundo no seu ranking Global 100, os nossos telefones não param de tocar, com CEO de outras empresas a quererem entender e replicar as nossas práticas", assinala o gestor.

30%Poupança
A automatização, por exemplo, dos sistemas de gestão de edifícios pode conduzir a uma poupança no consumo de energia até 30%.
A estas empresas, Philippe Delorme aconselha: "Comecem o mais cedo que puderem e sejam sistemáticos na abordagem. A tecnologia digital proporciona o ROI [retorno do investimento] mais rápido. Quando se mede, compreende-se o que se consome e isto, tipicamente, traz cerca de 10% de poupança simplesmente por se estar consciente desta energia. Em seguida, a automatização (como os sistemas de gestão de edifícios) pode levar a poupança até cerca de 30%, utilizando a energia quando é necessária, poupando-a quando não é". E acrescenta que "estas são as alterações mais simples numa instalação existente e, normalmente, proporcionam um ROI entre um e três anos.

Além disto, é possível ‘atacar’ o aquecimento, que tem o maior impacto no consumo de energia de um edifício. Sistemas de isolamento e aquecimento sustentáveis aumentarão a eficiência e, geralmente, têm um ROI de cerca de dez anos, mas significam um impacto imediato na sustentabilidade".

Em primeiro lugar no Corporate Knights

A Schneider Electric foi reconhecida pela Corporate Knights como a empresa no topo do seu ranking anual "As 100 empresas mais sustentáveis do mundo", saltando da 29.ª posição no ano passado para o primeiro lugar em 2021. "Liderar este índice representa um importante reconhecimento externo dos compromissos pioneiros e sustentáveis que a empresa assume no âmbito de uma governança ambiental, social e corporativa (ESG, nas suas siglas em inglês) da empresa", referia a Schneider em janeiro quando foi divulgado o ranking.

A Corporate Knights é uma empresa canadiana de comunicação e investigação que prepara classificações e qualificações sobre o desempenho da sustentabilidade empresarial.

No início do ano, a Schneider Electric anunciou também os seus seis novos compromissos para progredir na estratégia de sustentabilidade a longo prazo.

Seguindo a sua linha estratégica dos últimos anos, a empresa leva a sustentabilidade a todos os âmbitos da sua atividade e, para além disso, ajuda os clientes e parceiros a alcançar os seus próprios objetivos de sustentabilidade.


Os seis compromissos de longo prazo para a sustentabilidade

Clima
• Aumentar as receitas verdes para 80%.
• Entregar aos clientes 800 milhões de toneladas de emissões de CO2 poupadas e evitadas.
• Reduzir em 50% as emissões de CO2 das operações dos 1.000 principais fornecedores.

Recursos
• Aumentar em 50% as "matérias verdes" nos produtos.
• 100% das embalagens primárias e secundárias livres de plástico de uso único e com cartão reciclado.

Confiança
• 100% dos fornecedores estratégicos proporcionam "trabalho decente" aos colaboradores (definição da OIT).
• Medir o nível de confiança dos colaboradores para reportar comportamentos contra os nossos princípios de confiança.

Igualdade
• Aumentar a diversidade de género, na contratação de gestores de primeira linha e equipas de liderança (50/40/30).
• Providenciar acesso a eletricidade verde a 50 milhões de pessoas.

Gerações
• Criar oportunidades para a próxima geração - 2x oportunidades para estagiários, aprendizes, e recém-formados.
• Formar um milhão de pessoas desfavorecidas em gestão energética.

Local
• 100% dos presidentes de países e zonas definem três compromissos locais com impacto nas suas comunidades, de acordo com as transformações de sustentabilidade da empresa.
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