Opinião
IPO, as grandes vítimas da turbulência
A bolsa de Lisboa esteve quase a receber uma nova (grande) cotada. Há vários meses que se falava da oferta pública de venda (OPV) da Sonae MC e a operação chegou a arrancar.
Começou a 8 de Outubro, mas foi suspensa logo a 11, devido às condições adversas dos mercados financeiros. Mas a dona dos supermercados Modelo Continente não foi a única a ter de interromper a dispersão em bolsa. Várias empresas europeias tomaram a mesma decisão. Foi o caso da Cepsa, que seria a maior oferta pública inicial (IPO, na sigla anglo-saxónica) no sector petrolífero na última década. Isto acontece numa altura em que os mercados têm estado a ser castigados pela subida das "yields" da dívida pública dos EUA e pelo agudizar da tensão em Itália, entre outros factores. E estes cancelamentos mais recentes apenas acentuam uma tendência já de si negativa. É que, como sublinha a Bloomberg, os IPO na Europa estão a viver um ano negativo. Até ao final de Setembro, as operações realizadas no Velho Continente ascenderam a 37 mil milhões de dólares, menos do que os 44 mil milhões de dólares relativos ao mesmo período do ano passado, segundo a Bloomberg. Dificilmente os últimos três meses do ano ajudarão a melhorar esta evolução.
Jornalista