Opinião
Quando a libra vem abaixo
A libra esteve a cair 6% contra o dólar no espaço de dois minutos na sexta-feira. Pode parecer pouco, mas no mercado cambial e numa das divisas mais negociadas do mundo, é um "crash". Neste caso um "flash crash". Mais um, a obrigar que se reflicta sobre o papel dos supercomputadores e dos algoritmos nos mercados.
"Ultimamente, têm-se muitos 'crashes' devido aos computadores e ao crescimento de produtos derivados que permitem fazer apostas alavancadas. A menos que os reguladores comecem a olhar de forma séria para o papel crescente das máquinas nos mercados, os 'flash crashes' serão mais comuns", avisa Christopher Langner, na Bloomberg. O tema tem sido caro ao regulador português. Carlos Tavares, o seu presidente, afirmou recentemente num evento da CMVM que tem "muitas dúvidas de que os benefícios [da negociação de alta frequência] compensem os riscos". Vem aí uma nova directiva europeia que dá algumas armas aos supervisores, mas só entra em vigor daqui a mais de um ano. Carlos Tavares deixa um apelo: "É tempo de os reguladores financeiros regularem esta matéria."
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