Opinião
Os perigos das redes sociais. E o poder das tecnológicas
Tivemos tempos perigosos. E neste momento começa a discutir-se intensamente o poder imenso das grandes tecnológicas como a Google, o Facebook ou a Amazon. É um debate que se adivinha duro, porque vai exigir mais Estado.
No "Guardian", Simon Jenkins escreve: "Os gigantes tecnológicos operam como carros sem travões. Devem ser controlados". E acrescenta: "As empresas da Internet, enquanto pretendem ser 'utilities' e não editores, manipulam e censuram notícias. Vêem os seres humanos como fábricas de algoritmos, embalados para o máximo retorno publicitário. A 'aldeia global' não é aldeia nenhuma, só triliões de consumidores zombies ligados a um terminal. Quem é que na Terra pensou que era uma boa ideia? (…) A Internet está a passar da fase capitalista dos barões da borracha, como os fabricantes faziam no século XIX. Agora, como então, os governos estavam demasiado assustados para regular as empresas, que cresceram grandes e arrogantes, e colapsaram. Aposto que isto vai acontecer na Internet".
No "New York Times", Thomas L. Friedman segue a mesma lógica: "Há um sonho duradouro no mundo tecnológico que quando todas as pessoas e data estiverem conectados isto será um melhor local. Talvez se prove verdadeiro. Mas chegar lá está a tornar-se um pesadelo - um mundo onde biliões de pessoas estão conectadas mas sem estruturas legais suficientes, protecções de segurança ou músculos morais que levem empresas e pessoas a usar estas conexões sem abuso. Parece que todos estamos conectados mas ninguém está a tomar conta." E no meio de tantas "fake news" nada parece seguro. No meio disso surge a "guerra" entre Trump e o seu secretário de Estado. David Usborne, no "Independent", escreve: "Depois de desafiar Tillerson para um teste de QI, Trump está agora à espera dum Rexit". E acrescenta: "O que é que os adversários externos dos EUA e os aliados pensam quando olham para Washington? Pensam que Tillerson é um porta-voz confiável do presidente e tem a sua confiança? Claro que não".
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