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25 de Novembro de 2016 às 10:02

O fim da todo-poderosa Rita Barberá

Rita Barberá foi, até há algum tempo, uma das mais poderosas mulheres de Espanha. Em Valência, era uma rainha.

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Dizia-se que ela era Valência e Valência era ela. Mas em 2015 a sua estrela eclipsou-se, entre fumos de corrupção. O PP afastou-se dela como se fosse peste. Agora, só, faleceu de ataque cardíaco, num hotel de Madrid. Quando perdeu as eleições em 2015, perdeu o rumo. Lucía Mendez, no El Mundo, escreve: "A presidente era ela. A presidente de Valência. A presidente de Espanha. A presidente do mundo. A presidente de Aznar. A presidente de Rajoy. Podia ter sido ministra, mas escolheu ser autarca, e por isso não entendeu nada no dia em que abandonou a Câmara Municipal. E morreu sem entender. (…) Não quis escutar os que lhe disseram para procurar outra vida porque ela não era muito de escutar, mas de dar ordens, de apertar mãos, de falar e falar sem parar, enquanto os outros escutavam. Que remédio."

No Público, Juan Carlos Escudier diz: "Barberá acreditou que a Câmara de Valência era propriedade sua desde que um dia, há 23 anos, colocou o seu carro na garagem e não voltou a tirá-lo. (…) A presidente caminhava por um mar de corrupção sem que a porcaria lhe salpicasse os sapatos. Quando a sua levantina Sicília veio abaixo teve de refugiar-se atrás das cortinas até que o seu amigo Rajoy correu em sua ajuda, talvez por amizade - 'Rita é a maior' - ou para assegurar o silêncio de quem com 24 anos como presidente autárquica e 32 como deputada autonómica deveria conhecer todos os detalhes." Ainda no Público, David Torres sustenta que: "Morta, Rita não só era inofensiva como estava indefesa ante os elogios indecentes, a rábia hipócrita e as lágrimas de crocodilo, as quais consistem em umas lágrimas gordas que caem defronte das câmaras e fazem um ruído surdo muito fácil de captar pelos microfones." Rita morreu. O PP sobreviveu.


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