No Le Figaro, Paul-Henri du Limbert escreve: "É difícil qualificar de 'debate' o pugilato de ontem à noite." E acrescenta: "Não foi preciso esperar cinco minutos para perceber que este debate seria o mais violento da longa história das eleições presidenciais. O Giscard-Mitterrand de 1974? O Chirac-Mitterrand de 1988? Amáveis querelas de salão. Marine Le Pen é evidentemente a primeira responsável, ela que adoptou a entrada em jogo com uma estratégia de carro de assalto."

No Libération, Laurent Joffrin argumenta: "Há muito a dizer sobre os projectos de Emmanuel Macron, mas não assim. Utilizou-se uma artilharia que dispara à sorte sempre a mesma bala." A destinatária é, claro, Marine Le Pen, que foi sempre demolidora, sem ter muito tempo para discutir coisas muito concretas, o território favorito de Macron. Como este tentou fazer em áreas como as finanças, a economia ou a saúde. Já no Journal de la Haute-Marne, Patrice Chananet dá a sua visão da contenda: "Já se sabia que este debate seria pesado e brutal. Mas fomos servidos. Este debate foi violento e o eleitor não aprendeu nada de novo sobre os assuntos. Assistiu-se a um combate de rua." Noutros jornais franceses o tema do boxe é, por muitos, referido. No Midi Livre, Philippe Palat argumenta: "Os dois candidatos golpearam-se no ringue explosivo do debate presidencial. Foi sem dúvida um dos confrontos televisivos mais brutais e mais caóticos." E Xavier Brouet, do Républicain Lorrain, diz mais: "O combate teve lugar. E o das ideias? Não tenho a certeza." Ou seja: o confronto foi duro. Era para ser sobre política. Mas no boxe isso é pouco importante.