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Donald Tusk, o cisma polaco e o Reino Unido

A reunião do Conselho Europeu foi animada. Theresa May foi uma das estrelas. Segundo parece não foi à reunião para falar do Brexit, mas em Bruxelas só queriam que ela falasse disso. Resultado: uma conversa de surdos.

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Mais emocionante foi a reeleição de Donald Tusk. Dos 28 líderes europeus, 27 votaram nele. Só um votou contra: a Polónia, a sua pátria. O resultado é embaraçoso para a Polónia em termos internacionais e também, em termos internos, para o Partido da Lei e da Justiça, que governa o país. Segundo parece, os outros líderes não quiseram que a lavagem de roupa suja na política interna polaca contaminasse a sua decisão e, além disso, ainda troçaram dos esforços da Polónia para tentar evitar a eleição de Tusk. Este respondeu à altura à tentativa de veto polaco: "Eu preparei a minha mais amada citação: cuidado com as pontes que queimaste porque quando elas desaparecem não as podes cruzar outra vez. Eu quero dedicar esta citação a todos os Estados-membros. Mas hoje especialmente ao governo polaco." Em Varsóvia, não devem ter ficado satisfeitos.

A primeira-ministra polaca Beata Szydlo disse que não aceitava as conclusões para reeleger Tusk: "Está claramente escrito que as cimeiras acabam com conclusões. Se um país não as aceitar, significa que a cimeira não foi relevante. (…) Eu não aceito nenhum documento desta cimeira." A Polónia ficou particularmente irritada com o Reino Unido, que tem tentado que os polacos os apoiem nas negociações para o Brexit. O MNE polaco, Witold Waszczykowski, disse: "Onde estava o Reino Unido em Bruxelas?" Numa altura em que Boris Johnson, por pressão dos Estados Unidos, começa a mudar a sua posição face à Rússia, já tudo é possível. Seja como for, o resultado da votação, pareceu digna de uma humilhação futebolística. Como referiu Siegfried Muresan, porta-voz do Partido Popular Europeu: "O resultado da batalha entre pró-europeus e eurocépticos: 27-1. Nada mau."


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