Opinião
Alepo e as diferentes consciências do Ocidente
Muito se tem escrito sobre o massacre de Alepo nos últimos dias. Mas as opiniões dividem-se: quem tem mesmo moral para criticar massacres no Ocidente?
No Independent, Robert Fisk põe o dedo na ferida: "Quando Samantha (Power, embaixadora dos EUA na ONU) falou da 'barbaridade contra os civis' em Alepo, lembrei-me de saltar sobre os corpos de civis palestinianos massacrados nos campos de refugiados de Sabra e Chatila em Beirute em 1982, assassinados pelas milícias amigas de Israel enquanto o exército israelita - o mais poderoso aliado dos EUA no Médio Oriente - observava. Mas Samantha não mencionou isso. (…) Depois recordei a monstruosa invasão americana do Iraque. Talvez meio milhão de mortos. (…) Também 'estranhei' saber que o Presidente dos EUA costumava enviar prisioneiros inocentes para serem interrogados … na Síria de Assad. Sim, foram enviados para lá por Washington para ser interrogados no que Samantha agora chama os 'gulags' da Síria." E, pelo meio, Fisk relembra Mossul, onde ainda há mais civis cercados do que Alepo. Sobre isso, silêncio.
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