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Eu queria ser o Nuno Matos e o Alexandre Afonso

O relato, na Antena 1, dos penalties que ditaram a passagem de Portugal às meias-finais do Europeu arrepia qualquer um. Mesmo os que quando eram miúdos não ligavam nada a futebol.

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Tal como quase todos os miúdos, também eu tinha bem claro na minha cabeça o que queria fazer quando "fosse grande". Astronauta, futebolista, médico, actor? Nada disso, eu tinha uma profissão objectivo bem mais fora do comum para um rapaz de 10 anos, já convicto adepto do Benfica, depois de resistir aos apelos incessantes do meu padrinho, um fervoroso sportinguista que me continuou a levar a Alvalade quando já sabia que eu sofria pelos encarnados e não pelos verdes.

Eu queria fazer os relatos dos jogos do Benfica. E fiz muitos. Imaginários. À minha custa o Magnusson marcou inúmeros golos após assistências de Vitor Paneira e Pacheco. O Rui Águas facturou como ninguém através de cabeceamentos. O Mozer não deixava passar nem um defesa e o Silvino fez defesas impossíveis.  

Com o passar dos anos o objectivo de ser relatador foi desvanecendo. Mas não o gosto de ouvir os relatos de futebol através da rádio. Esse mantém-se, sobretudo porque se Portugal tem o melhor futebolista do mundo, continua a ter dos melhores relatadores do mundo. Desde os tempos de Artur Agostinho, até hoje. O relato, na Antena 1, dos penalties que ditaram a passagem de Portugal às meias-finais do Europeu arrepia qualquer um. Mesmo os que quando eram miúdos não ligavam nada a futebol.  

Um muito obrigado ao Nuno Matos e ao Alexandre Afonso, da rádio pública. E a João Ricardo Pateiro e Paulo Cintrão, da TSF, e ao Pedro Azevedo, da Renascença. E a todos os seus colegas que agora com a selecção e ao longo de todas as épocas nos conseguem transportar para dentro dos campos de futebol de uma forma exemplar.

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