Opinião
Trabalhar
Homer Simpson é o grande ideólogo do mercado de trabalho na idade da globalização e da crise da dívida.
Homer Simpson é o grande ideólogo do mercado de trabalho na idade da globalização e da crise da dívida. O seu conselho para o filho Bart explica tudo: "Filho, se queres realmente alguma coisa nesta vida, tens de trabalhar para isso. Agora não! Vão anunciar os números da lotaria". Qualquer trabalhador português que não faça parte dos 14,8% de desempregados, começa apenas a acreditar em duas soluções para a sua crise: ou a emigração ou o Euromilhões. Qualquer delas motivadas pela alegria com que o Governo anuncia novos impostos. Sem moeda própria todos dizem que a solução é apertar o último furo do cinto. Ou seja baixar os salários. Como se isso não fosse uma realidade há anos sem fim.
Trabalhar ou investir em Portugal é um delito. Ou uma pena. Há anos que os salários diminuem pela acção de um Estado que castiga sem fim quem trabalha ou quem dá trabalho. Olhe-se para quem trabalha a recibo verde: entre IRS e Segurança Social paga do seu bolso 50% do que recebe. Os servos da gleba olhariam para tudo isto com ar de superioridade. O rápido aumento do desemprego em Portugal vai implicar uma acentuada descida de receitas fiscais. Há cada vez menos pessoas com emprego para alimentar a gula do Estado que suga qualquer riqueza que é fruto do trabalho.
Deixou de haver incentivo a trabalhar. Mas há pior. As perspectivas de emprego e de futuro de uma geração contaminam a vida política. A tragédia pessoal do desemprego pode transformar-se numa catástrofe nacional. Quando a salvação é colocada nas mãos do Euromilhões e não do Governo é porque a classe política faliu. E ainda não foi informada disso.
Trabalhar ou investir em Portugal é um delito. Ou uma pena. Há anos que os salários diminuem pela acção de um Estado que castiga sem fim quem trabalha ou quem dá trabalho. Olhe-se para quem trabalha a recibo verde: entre IRS e Segurança Social paga do seu bolso 50% do que recebe. Os servos da gleba olhariam para tudo isto com ar de superioridade. O rápido aumento do desemprego em Portugal vai implicar uma acentuada descida de receitas fiscais. Há cada vez menos pessoas com emprego para alimentar a gula do Estado que suga qualquer riqueza que é fruto do trabalho.
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