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Fernando Sobral - Jornalista fsobral@negocios.pt 11 de Janeiro de 2005 às 13:59

Rotativismo televisivo

Quando os problemas portugueses não se enfrentam, pegam-se de cernelha. É uma táctica política como qualquer outra.

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A fascinante reforma do sistema eleitoral proposta por Jorge Sampaio é um exemplo disso: propõe o homicídio dos pequenos partidos e o regresso ao rotativismo da monarquia constitucional. Ou seja, a dança dos interesses maioritários em cada momento, haveria de ser assegurada pelo Carlos Gardel de serviço, PS ou PSD.

No pólo aparentemente oposto da ideologia gasosa que reina no país, a ministra Carmo Seabra, disse que não via motivo para ir ao Parlamento, porque já tinha falado aos jornalistas. Com diferentes argumentos Sampaio e Seabra só querem dizer que o local onde os deputados se sentam só serve para garantir maiorias, não interessa para discutir o que quer que seja. Aliás, se discutem, o país não ouve.

Não admira que Sampaio e Seabra tenham discorrido sobre assuntos tão importantes com as câmaras de televisão ligadas. Nas sociedades modernas, dominadas pelo artifício, a televisão é a política. Nada do que se passa fora dela existe.

Qual é hoje a diferença entre um político abraçado às peixeiras da Ribeira e José Castelo Branco aos beijos no Bolhão? Uma maioria parlamentar?

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