Primeiro porque a quebra de vendas e publicidade obriga a cortar custos. Segundo porque a esta pressão económica juntou-se a pressão política. É frequente ver, nos comentários aos artigos (versão online), uma variada fauna que insulta e faz insinuações de gosto duvidoso. Abro aqui um parêntesis para dizer aos meus "fãs" que, no meu caso, é para o lado que durmo mais sossegado. Fim de parêntesis.

Os comentários acentuam-se quando os artigos, sobretudo os de opinião, são críticos de certos personagens (Sócrates, Teixeira dos Santos…). Percebe-se, nessas ocasiões, que alguém convoca os "sabujos" de serviço para morder canelas. Essa sabujice atingiu o pico no domingo, quando a jornalista Susana Martins, da RR, perguntou a Sócrates se não temia o repescar de casos judiciais depois de deixar o cargo. Perante o evidente embaraço de Sócrates, a coragem da senhora foi ruidosamente saudada com uma salva de "Uuuhhhhs!", típica de um qualquer Zoo. "Uuuhhs!" que se repetiram com outros jornalistas.

Não sei se quem montou esta "central" pensou que conseguiria intimidar jornalistas. Se pensou, enganou-se (veja-se a denúncia do "complot" para controlar a TVI). E como a tentação para calar a Imprensa não é exclusiva do PS (v.g. a "perseguição" de Rui Gomes da Silva a Marcelo Rebelo de Sousa), vamos ver se a moda não pega. Para bem dos partidos, não do Jornalismo. É que hoje em dia, com o poder da Web (blogs, redes sociais, etc), ninguém cala ninguém. E, quer os políticos gostem quer não, os media, por mais defeitos que tenham, continuam a ser um dos mais importantes pilares da Democracia. À atenção do PSD.