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O "coiso" colateral

A Europa parece-se cada vez mais o Festival da Eurovisão. É um autêntico "freak-show". Também por cá temos ministros que poderiam estar no palco em Baku.

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A Europa parece-se cada vez mais o Festival da Eurovisão. É um autêntico "freak-show". Também por cá temos ministros que poderiam estar no palco em Baku. Em vez de cantarem num miserável inglês, conseguem transformar "o problema do desemprego" no muito pós-moderno "este coiso".

Sabemos que o ministro Álvaro Santos Pereira não foi criado para conseguir esclarecer claramente o que possa pensar, mas está a deixar um rasto de contaminação no Governo. O desemprego não pode ser tratado como uma canção pimba. É hoje claro que o Governo o encarou como um dano colateral. Mas, como é evidente, até o apocalipse defrauda os seus mais clarividentes profetas. O desemprego deixou de ser um "coiso" colateral: é algo que está a minar a sociedade. E quando a própria estrutura de PMEs está a ser dinamitada à bruta com todos os impostos possíveis, desertificando os pequenos negócios, a bondade governamental para salvar o país vai começando a ser posta em causa.

O que surpreende é como o Governo parece espantado com o crescente aumento do desemprego (cujos números a OCDE ainda torna mais aterradores), como se no Excel que usa isso não fosse possível. O Governo ainda vive no país do Peter Pan e parece que começa a ser altura de alguém lhe dizer, e à troika, que ninguém sobrevive sem empregos, e ninguém compra se estiver sem salários. Reequilibrar as finanças públicas é fundamental. Mas isso será impossível se tornarmos Portugal uma nação de impostos, onde os cidadãos ganham menos do que os gregos. A obsessão do Governo começa a transformar-se numa insensibilidade militante. Por isso acha que desemprego é o "coiso".

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