Os temas laterais estão a servir de armas de arremesso entre PSD e PS, como se viu no último fim-de-semana. É triste. Parece que as questões centrais que se colocam ao país não têm a ver com o défice orçamental ou com a forma como pode ultrapassar a sua crise estrutural.

Aparentemente o que é importante é iludir o essencial e falar do acessório. Nesse aspecto Santana Lopes está a seguir uma estratégia que afugenta todos os que estão à sua volta. Poder-se-ia designar isso como o «síndrome Diabo da Tasmânia». Até o PP desvia o nariz. Já não se percebe se Santana Lopes dirige a conversa ou se é esta que o conduz sem rumo. É o sintoma letal de quem já tem medo da sua própria sombra. Talvez por isso sonhe que, se convencer os indecisos a tornarem-se decisivos, consiga uma hipotética maioria absoluta ou, num cenário pior, uma imensa minoria.

Santana Lopes passou demasiado tempo a dialogar com um semáforo avariado. E às tantas já não se percebe se a sua intermitência verbal não é um efeito disso. No PSD, é claro, há quem espere à lareira que o prato principal seja servido.