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O eterno sr. Madaíl

Ao contrário do que se costuma afirmar só há um político de águas profundas em Portugal: o sr. Gilberto Madaíl que substituiu há muito a actividade partidária pela cadeia alimentar do futebol. O presidente da FPF sente-se ali como o rei dos mares.

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Quando há ondulação, esconde-se no fundo. Quando o mar está calmo e azul, sobe à superfície de óculos escuros de características desportivas. Nunca se compromete demasiado, a forma bem portuguesa de sobreviver a todas as tempestades. Quando choveu por causa das férias da selecção nacional em Macau no Mundial de 2002, sobreviveu enquanto à sua volta todos iam caindo. No momento em que o sr. Scolari e o sr. Agostinho Oliveira fizeram uma guerra surda por causa da selecção de sub-21, o sr. Madaíl saiu de circulação. Agora que essa selecção se driblou a si própria, o sr. Madaíl diz que lá para as calendas gregas se discutirá o assunto. O futebol em Portugal é efectivamente um mar onde há peixes que se movem em águas profundas. Sobrevivem a todas as complicações e ainda têm tempo para oferecer camisolas a diferentes governantes que continuam a julgar que estando ao lado de futebolistas ganham votos. O sr. Madaíl gosta de aparecer em fotografias. É fotogénico. Dá-se bem com gregos, troianos e habitantes da Papua Nova-Guiné. Consegue provas europeias para o país. É capaz de convencer um Governo a fazer estádios novinhos para o Euro’2004 que depois só têm como função a utilização da relva para alimentar ovelhas porque os espectadores que vão lá ao domingo não chegam aos mil. O sr. Madaíl canta uma versão de um tema brasileiro: cai o rei de copas, cai o rei de espadas, cai o sr. Agostinho, cai o sr. Oliveira, cai o sr. Scolari, cai, não fica nada. Excepto o sr. Madaíl.
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