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O Estado e a poupança

Artur Barreto, um dos clientes mais expostos no Banco Privado Português, disse na RTP1 que colocou dinheiro naquele banco porque o Governo baixou a remuneração dos certificados de aforro (CA).

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Artur Barreto, um dos clientes mais expostos no Banco Privado Português, disse na RTP1 que colocou dinheiro naquele banco porque o Governo baixou a remuneração dos certificados de aforro (CA). A queixa não é nova (já recebi emails que vão no mesmo sentido), mas será verdadeira? Houve gente que fez aplicações de maior risco porque o Estado se demitiu da sua função de estimulador da poupança (desde a baixa da remuneração as aplicações em CA perderam mais de 800 milhões de euros)? Ou foi a ganância típica dos momentos de euforia bolsista (os investidores esquecem o risco quando os mercados se mantêm em alta durante muitos anos) a comandar as decisões de investimento? Provavelmente foram as duas. Mas a observação de Artur Barreto é oportuna. Porque o Estado (também) tem como missão ajudar a proteger as economias das pessoas menos informadas e preparadas.

O volte-face do Governo na remuneração dos CA ("taxa de juro" mais alta e aumento do limite máximo aplicável) é um bom sinal. Ainda que custe mais dinheiro ao Tesouro. Porquê? Porque o País precisa de aumentar a taxa de poupança; e porque o barato, por vezes, sai caro: ao baixar a remuneração dos CA o Governo terá poupado uns 600 milhões de euros. Compare-se esse valor com o dinheiro que estoira em investimentos públicos idiotas e... com o que vai gastar no "bail-out" de bancos em dificuldades (para não deixar os depositantes descalços). Compensa ou não?
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