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29 de Novembro de 2011 às 23:30

O clube do Bolinha

Começa a ser necessário convocar Freud e J. Edgar Hoover ao mesmo tempo. Talvez eles consigam, com os seus métodos originais, saber o que pensa o PS. Hoje nem com torcionários se consegue perceber se o PS tem uma estratégia ou, mais pacatamente, uma táctica política.

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O PS perdeu-se no labirinto de meia dúzia de anos de socratismo, o clube de amigos que tomou conta do partido. Mas ainda não conseguiu substituir o clube do Bolinha por um partido a sério.

O PS está perdido numa floresta, como se provou na forma como a bancada parlamentar fez com que António José Seguro tivesse de dar um passo à retaguarda para não sofrer uma vergonha. O PS está pendurado pelo passado (tem a herança de Sócrates para gerir e assinou o acordo com a troika) mas não pode deixar de ser a oposição adulta que o país necessita. E é esse equilíbrio que ainda não descobriu.

A bancada do PS é hoje uma tribo heterogénea, muita dela legada por Sócrates. Até poderia sê-lo, se o PS tivesse um pensamento claro sobre a troika, a austeridade, o SNS ou sobre o euro e o futuro da Europa. Não se nota que tenha.

Os seus ideais desapareceram na tormenta. E é por isso que Mário Soares reaparece para mostrar um rumo de oposição em que se perceba o país, a Europa e o mundo. A política não é uma partida de cartas, ao contrário do que pensa a actual direcção do PS. É, nesta época de crise, de dardos. Ou se acerta ou não. Neste momento ninguém percebe se o PS é poder envergonhado ou oposição. E não consegue sequer mostrar que é oposição crítica. O PS é, neste momento, uma amiba.

O que é um drama para Portugal.

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