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Cautela: "what the market giveth, the market taketh…"

As acções dos bancos estão em alta; o seu risco está em queda; o dos Estados (reflectido em CDS e taxas de juro de dívida pública mais baratos) também.

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Razões para celebrar o efeito dos testes de stress nos mercados financeiros? As opiniões de vários banqueiros, portugueses inclusive, apontam para aí. Há até quem, celebrando as boas notícias, diga que não há mais razões para os mercados monetários interbancários fecharem as portas aos bancos portugueses.

Exageros, dirão os mais cépticos. É provável que tenham alguma razão. Senão vejamos: a principal razão de ser da divulgação dos testes de stress era fazer regressar o sossego aos mercados. Portanto, a medida do seu sucesso é saber se os bancos voltam a emprestar dinheiro uns aos outros. E a verdade é que está tudo ainda na expectativa.

Há alguns sinais encorajadores, como a queda dos depósitos que os bancos vinham fazendo (em valores recorde) no BCE? Sim, mas o fenómeno começou antes da divulgação dos testes e tem, em parte, a ver com o facto de os bancos estarem a devolver ao BCE dinheiro que lá foram buscar há um ano. "Então e as bolsas e os mercados de dívida soberana?", perguntarão os entusiastas. Convém lembrar-lhes que a euforia bolsista é capaz de estar mais relacionada com as cedências do BIS em matéria de Basileia III (v.g o que conta para o "Tier 1" capital e o atraso na entrada em vigor das novas regras, para 2018) e que estavam a pôr os nervos de muitos banqueiros em franja. Nada de euforias, portanto. Até porque aquilo que os mercados dão hoje podem tirar amanhã...


camilolourenco@gmail.com




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