Opinião
Ainda ninguém voltou dos Infernos...
Grécia, Irlanda e Portugal saíram do ringue por KO. Espanha e Itália já foram ao chão pelo menos duas vezes.
Grécia, Irlanda e Portugal saíram do ringue por KO. Espanha e Itália já foram ao chão pelo menos duas vezes. E só não foram "nocauteados" porque o árbitro, a meio da contagem, interrompeu o assalto.
Enquanto isso o que dizem os manda-chuvas? A Alemanha quer um Conselho de Estabilidade, órgão independente para fiscalizar e aplicar sanções a quem viole as regras financeiras e de governo económico da União (deve ser má consciência por Schroeder ter, com Chirac, bloqueado as sanções do Pacto de Estabilidade em 2002 e 2003). O BCE, metido numa guerra que não é a sua (ainda perde a credibilidade...), diz a Espanha e Itália para acelerarem reformas estruturais.
A terapia está certa? Mas apaga o incêndio às portas de Roma? Não. É como se numa Urgência, perante um doente em paragem cardíaca, o médico dissesse: "Malandro, com problemas de circulação e comes fritos? E a dieta?".
A União precisa urgentemente de uma solução que pare a sangria (o ajuste de contas com quem se portou mal, que devia passar pela perda de soberania, fica para depois). Via reforço do FEEF; via criação do Tesouro Europeu; via financiamento comum. Sem esquecer que isto implica união política, como lembrava ontem Otmar Issing no FT (pena que não tenha dito estas coisas quando era "chief economist" do BCE).
As terapias estruturais para fomentar a competitividade, se bem que certas, não resolvem o problema imediato: o financiamento dos países que ficaram sem acesso ao mercado (até hoje nenhum deles voltou dos Infernos…) e dos que podem ficar (como se financia a Itália se a coisa der para o torto?). É como o doente na Urgência: ele não precisa de dieta, precisa de um desfibrilhador.
Enquanto isso o que dizem os manda-chuvas? A Alemanha quer um Conselho de Estabilidade, órgão independente para fiscalizar e aplicar sanções a quem viole as regras financeiras e de governo económico da União (deve ser má consciência por Schroeder ter, com Chirac, bloqueado as sanções do Pacto de Estabilidade em 2002 e 2003). O BCE, metido numa guerra que não é a sua (ainda perde a credibilidade...), diz a Espanha e Itália para acelerarem reformas estruturais.
A União precisa urgentemente de uma solução que pare a sangria (o ajuste de contas com quem se portou mal, que devia passar pela perda de soberania, fica para depois). Via reforço do FEEF; via criação do Tesouro Europeu; via financiamento comum. Sem esquecer que isto implica união política, como lembrava ontem Otmar Issing no FT (pena que não tenha dito estas coisas quando era "chief economist" do BCE).
As terapias estruturais para fomentar a competitividade, se bem que certas, não resolvem o problema imediato: o financiamento dos países que ficaram sem acesso ao mercado (até hoje nenhum deles voltou dos Infernos…) e dos que podem ficar (como se financia a Itália se a coisa der para o torto?). É como o doente na Urgência: ele não precisa de dieta, precisa de um desfibrilhador.
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