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A secreta europeia

A sensação de segurança tornou-se a metáfora perfeita da sociedade do ócio que nos foi prometida há uns anos.

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A sensação de segurança tornou-se a metáfora perfeita da sociedade do ócio que nos foi prometida há uns anos.

Quando o Muro de Berlim caiu, os nossos medos voaram da gaiola, como aves livres.

A liberdade total (política, económica e social) parecia um recurso natural sem limites.

O certo é que hoje o Ocidente vive refém do medo. Não era preciso António Vitorino vir dizer que poderão surgir novos atentados terroristas na Europa.

Todos sentem que isso é possível. E que é necessário o reforço da chamada «intelligence».

Parece ser a forma mais óbvia de combater o vírus sem rosto que alastra nas ruas da Europa.

Há, no entanto, uma questão central.

Como é possível equilibrar a necessidade de segurança com a criação de sistemas que não sejam presa fácil da burocracia (como sucede, muitas vezes, em Bruxelas) ou que não redundem num FBI à imagem de J. Edgar Hoover, invulnerável ao próprio controle democrático e que criou um menu de «inimigos» à medida do seu paladar?

Que serviços de segurança queremos e dirigidos por que tipo de pessoas?

Um diplomático James Bond ou um tenebroso Djerzinsky ou Beria?

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