Opinião
O estranho negócio da China da Mota-Engil
Os pequenos investidores que foram a correr comprar acções depois de lerem uma notícia saíram chamuscados.
(comente aqui o artigo de Ulisses Pereira)
Na manhã do dia 27 de Agosto, a Mota-Engil anunciou que se encontrava na fase final das negociações com a empresa chinesa CCCC, para que esse grupo adquirisse 30% do capital da empresa. Anunciou também um aumento de capital até 100 milhões de acções e que, após esse aumento de capital, a MGP (accionista dominante da Mota-Engil) ficaria com apenas 40% da empresa e o grupo chinês com 30%. Este negócio avaliaria a Mota-Engil em 750 milhões de euros!
Na altura, estava de férias, não tive oportunidade de escrever sobre o tema, mas não posso deixar de o fazer agora dadas as questões que levanta este negócio. Recordo que, na véspera, dia em que surgiu o anúncio, as acções cotavam a 1,448 euros e no fecho do dia seguinte a 1,916! À hora que vos escrevo, a cotação da empresa situa-se nos 1,11 euros.
Porque subiu a acção mais de 25% nas semanas que antecederam esse anúncio?
Por que razão a Mota-Engil comunicou essa notícia ao mercado no mesmo dia em que apresentou prejuízos de 5 milhões de euros?
Por que razão há mais de um mês e meio a empresa não informa o mercado se o negócio avança ou não?
Como se sentirão os accionistas que compraram Mota-Engil perto dos 1,9 euros, fazendo-o com base na avaliação que a empresa disse estar a ser a base da negociação com o grupo chinês? Recordo que isso avaliava a acção num valor bem superior a 2 euros!
Por que razão um grupo chinês decide entrar numa empresa portuguesa por um preço de cerca do dobro do valor que tem estado a cotar no mercado durante os últimos meses?
O tempo irá responder a estas questões. Mas, uma vez mais, os pequenos investidores que foram a correr comprar acções depois de lerem uma notícia saíram chamuscados e perdem já entre 20 e 35%. Por respeito aos pequenos accionistas, era importante que os gestores da Mota-Engil fizessem um ponto de situação deste estranho negócio da China.
Artigo escrito em 16/10/20 às 12h10
Fontes: https://live.euronext.com/pt/ e www.mota-engil.com
Ulisses Pereira não detém qualquer dos ativos analisados. Deve ser consultado o disclaimer integral aqui,onde também pode ser consultada a lista com as anteriores análises de Ulisses Pereira.
Artigo em conformidade com o antigo Acordo Ortográfico
Na manhã do dia 27 de Agosto, a Mota-Engil anunciou que se encontrava na fase final das negociações com a empresa chinesa CCCC, para que esse grupo adquirisse 30% do capital da empresa. Anunciou também um aumento de capital até 100 milhões de acções e que, após esse aumento de capital, a MGP (accionista dominante da Mota-Engil) ficaria com apenas 40% da empresa e o grupo chinês com 30%. Este negócio avaliaria a Mota-Engil em 750 milhões de euros!
Porque subiu a acção mais de 25% nas semanas que antecederam esse anúncio?
Por que razão a Mota-Engil comunicou essa notícia ao mercado no mesmo dia em que apresentou prejuízos de 5 milhões de euros?
Por que razão há mais de um mês e meio a empresa não informa o mercado se o negócio avança ou não?
Como se sentirão os accionistas que compraram Mota-Engil perto dos 1,9 euros, fazendo-o com base na avaliação que a empresa disse estar a ser a base da negociação com o grupo chinês? Recordo que isso avaliava a acção num valor bem superior a 2 euros!
Por que razão um grupo chinês decide entrar numa empresa portuguesa por um preço de cerca do dobro do valor que tem estado a cotar no mercado durante os últimos meses?
O tempo irá responder a estas questões. Mas, uma vez mais, os pequenos investidores que foram a correr comprar acções depois de lerem uma notícia saíram chamuscados e perdem já entre 20 e 35%. Por respeito aos pequenos accionistas, era importante que os gestores da Mota-Engil fizessem um ponto de situação deste estranho negócio da China.
Artigo escrito em 16/10/20 às 12h10
Fontes: https://live.euronext.com/pt/ e www.mota-engil.com
Ulisses Pereira não detém qualquer dos ativos analisados. Deve ser consultado o disclaimer integral aqui,onde também pode ser consultada a lista com as anteriores análises de Ulisses Pereira.
Artigo em conformidade com o antigo Acordo Ortográfico
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