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Roland Berger 19 de Setembro de 2016 às 18:50

Ainda há potencial de criação de valor nas compras ("procurement")

A função compras está cada vez mais madura, com a agregação e a especialização de competências, a implementação de sistemas de qualificação de fornecedores ou o lançamento de plataformas electrónicas – iniciativas que geraram eficiência operacional e aumento de capacidade negocial.

Contudo, esta função permanece um "prestador de serviços" sendo percebida como uma função de suporte com potencial de criação de valor reduzido na organização. Como exemplo, em muitas empresas o Chief Procurement Officer (CPO) é um reporte de 2.ª linha.

 

Pelo contrário, a Roland Berger vê o "procurement" como uma área-chave na criação de valor para os negócios, desde a fase de identificação da necessidade de compra à gestão estratégica dos fornecedores. Identificamos três iniciativas que isoladamente ou em conjunto poderão alterar o paradigma das compras:

 

Lançamento de um processo anual de planeamento de compras – A implementação de um plano de compras permite definir com maior antecipação as estratégias de optimização (e.g. especificações técnicas, modelo contratual), numa estreita colaboração entre negócios e equipa de compras. O plano serve de base à preparação das negociações, criando visibilidade sobre as prioridades da organização de compras.

 

Segmentação das categorias de compras – Num modelo eficiente existem diferentes níveis de centralização da gestão de categorias, estando os esforços da equipa de compras concentrados nas categorias com maior valor estratégico e risco operacional para o negócio. Por exemplo, uma categoria com escala, complexidade técnica elevada e fornecedores globais deve ter um tratamento diferenciado face a uma categoria pequena, de serviços gerais com fornecedores locais.

 

Estruturação de programa de parcerias sustentáveis – Os parceiros podem ser envolvidos em novos projectos e fases de crescimento dos negócios. Este modelo de cooperação assenta na partilha de informação estratégica e operacional, na captura conjunta de sinergias e na monitorização integrada do desempenho, com ganhos para ambas as partes.

 

A implementação destas iniciativas poderá permitir às empresas gerir a volatilidade e o risco, potenciar a inovação, a digitalização de processos de negócio, e a criação de "comunidades de saber", contribuindo decisivamente para a criação de valor.

 

Na nossa perspectiva, o "procurement" pode fazer toda a diferença para um conjunto de sectores em Portugal ao favorecer a redução dos custos e a melhoria da sua competitividade à escala internacional.

Roland Berger

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