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Isidro Lopes/Neuce – Acreditar em Portugal

Há quem diga que este mercado é para as grandes empresas mundiais, mas na realidade a Neuce e a CIN mostram que não tem de ser assim.

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Li muito recentemente no site do Negócios que a fabricante de tintas Neuce, de Santa Maria da Feira, decidiu apostar no crescimento do seu negócio e comprar parte do negócio de uma concorrente espanhola, tornando-se no segundo maior “player” no mercado ibérico, atrás da CIN, outra empresa portuguesa.

Falando eu sem conhecimento aprofundado sobre esta decisão em específico e sem ter o prazer de o conhecer, Isidro Lopes (dono da Neuce) parece ser um investidor que valoriza Portugal.

Com esta compra, cresce em duas áreas em simultâneo. Por um lado, aumenta a capacidade de produção, ficando com mais uma unidade industrial, situada na Maia; por outro lado, cresce na capacidade de vendas, ao ficar com uma nova estrutura comercial, localizada em Barcelona. E para além disto, ainda elimina um concorrente do mercado.

Sendo um setor em que a dimensão é um fator crítico de sucesso, a Neuce toma uma decisão que, também por isso, a beneficia.

Embora para alguns possa parecer um processo de produção simples, na realidade, a produção de tintas e produtos afins envolve muitos materiais e um processo produtivo algo complexo, sendo que a área da investigação e desenvolvimento pode ser diferenciadora na escolha de materiais e no processo produtivo, que terá um forte impacto no rácio preço/qualidade.

Este rácio torna-se ainda mais relevante num produto que, para alguns segmentos de clientes, é quase percecionada como um produto quase indiferenciado. Também por isso, o marketing e a capacidade de distribuição são essenciais, não só para o mercado profissional como para o mercado particular.

Há quem diga que este mercado é para as grandes empresas mundiais, mas na realidade a Neuce e a CIN mostram que não tem de ser assim.

Era bom que mais empresas portuguesas pensassem assim, nos casos em que realmente se pode vencer ou coabitar com grandes empresas mundiais, e que são mais do que muitos pensam.

Parabéns à Neuce e a Isidro Lopes!

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