Opinião
Rever a oferta pública de ensino superior
Os resultados das candidaturas ao ensino superior para 2019/2020 confirmaram a tendência dos últimos anos, tendo sido colocados 87,2% dos candidatos, correspondente a 44.500 estudantes e em que 53,1% ficaram colocados na sua 1.ª opção.
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Ficaram por preencher 6.734 vagas, para a 2.ª fase, em especial nos institutos politécnicos e no interior do país. Curioso, ainda assim, é que existem 38 cursos no ensino superior público sem qualquer candidato, o que leva uma vez mais a discutir a necessidade de reorganização da rede pública de ensino superior, que muitas vezes parece servir mais os interesses dos professores e das autarquias e não dos estudantes.
Do resultado das colocações da 1.ª fase é possível observar que muitos institutos politécnicos públicos têm taxas de ocupação inferiores a 40%. Existe um claro desfasamento entre a oferta pública e as necessidades do país, facilmente refletido na procura.
No dia 26 de setembro serão conhecidos os resultados da 2.ª fase de candidaturas, resultante dos lugares que ficaram por preencher ou de eventuais desistências de alunos colocados, que não se matriculem. A rede de oferta bem como a tipologia deve ser repensada (DGES) bem como a forma com que se avalia a "qualidade" dos cursos (A3ES), muito mais focada no desempenho de publicações dos docentes, do que na pedagogia, no desenvolvimento do espírito crítico e na transmissão do saber.
Diretor do ISG - Business& Economics School