Opinião
Um filme pornográfico
Tudo se conjuga para que nos próximos meses assistamos a cenas de uma autêntica orgia de demagogia, onde actuarão estrelas da política lusitana e que se desenrolará em cenários como o Parlamento e em discretos encontros secretos.
Back to basics
Os livros têm os mesmo inimigos que as pessoas: fogo, humidade, animais, o mau tempo e o seu próprio conteúdo.
Paul Valery
Um filme pornográfico
Tudo se conjuga para que nos próximos meses assistamos a cenas de uma autêntica orgia de demagogia, onde actuarão estrelas da política lusitana e que se desenrolará em cenários como o Parlamento e em discretos encontros secretos. Com o calendário de eleições em 2019 (Europeias, Regionais dos Açores e da Madeira e Legislativas), está pronto o palco para uma enorme sucessão de promessas que, obviamente, serão pagas mais tarde pelo denodado contribuinte, com a sua cada vez maior carga fiscal - o preço final é sempre pago pelos mesmos. As primeiras cenas deste filme decorrem na preparação do Orçamento do Estado para 2019, que, já se percebeu, será um bacanal eleitoralista. Com medidas como a descida do IRS, do IVA na electricidade, com aumentos de pensões ou aumentos da Função Pública, quanto vai custar este Orçamento aos nossos bolsos? Claro que as promessas são música para os ouvidos de uma parte importante dos eleitores - mais investimento na saúde, na cultura, na educação, além dos aumentos de pensões e de salários. Tudo isso é fantástico, embora não perceba como vai acontecer com um Governo que é campeão das cativações, que tem o serviço do 112 sem meios, a CP à beira da ruptura, que não consegue médicos para os hospitais em especialidades críticas, que faz promessas a torto e a direito para os que cá trabalham e até para os que foram trabalhar para fora. No fim, a factura vai ser enorme - e, em vez de procurar simplificar a fiscalidade, acabar com os abusos da autoridade tributária - como os que foram conhecidos esta semana - e deixar de punir os contribuintes, o Governo escreve descaradamente o enredo de um filme pornográfico em que o ministro das Finanças faz o papel de dominador e o primeiro-ministro protagoniza um D. Juan com vocação de vendedor de banha da cobra - ambos envolvidos, sem pudor, com um trio promíscuo que envolve os dirigentes dos parceiros da geringonça e o desaparecido líder daquele que já foi o maior partido da oposição.
Dixit
Deixe de andar aos pontapés aos seus companheiros de partido
Carlos Carreiras
Vice-presidente do PSD, referindo-se a Rui Rio
Semanada
• Segundo o Banco de Portugal, há mais famílias a não conseguir cumprir os seus compromissos mensais no crédito ao consumo • em Maio, o Governo congelou mais 420 milhões de euros de despesa pública, reforçando cativações na ferrovia, no Ensino Básico e Secundário e na Saúde • ao contrário do que afirmou Mário Centeno, o valor dos cativos deixa de ser o mais baixo dos últimos cinco anos e passa a ser o terceiro mais alto de sempre, todos nos anos em que Mário Centeno foi o ministro das Finanças • António Costa disse, no seu discurso recente, que a carga fiscal diminuiu com o seu Governo, mas, na realidade, a carga fiscal em Portugal subiu para os 34,7% do PIB em 2017, impulsionada por contribuições sociais e impostos indirectos, o que é o valor mais elevado em 22 anos • o chefe de Gabinete de Mário Centeno em Portugal atacou o Ministério Público na sua página do Facebook • antes de estar com Centeno tinha sido autarca em Lisboa e o seu post surge em defesa do mono do Rato • cinco novos partidos deverão apresentar-se nas eleições europeias do próximo ano • este ano, em Portugal, já existiram mais de 500 furtos a equipamentos de venda automática, o que representa um aumento aproximado de 60% face ao ano anterior, e quase 100% em dois anos • desde o início do ano já morreram 315 pessoas em acidentes de viação • as queimadas estiveram na origem de 66% dos fogos rurais verificados este ano; este ano, já foram encerrados 56 lares ilegais.
Uma visão diferente de Eça de Queiroz
Conhecido como um dos grandes escritores portugueses do século XIX, Eça de Queiroz licenciou-se em Direito, em Coimbra, entre 1861 e 1866, e durante algum tempo exerceu a advocacia. Já o pai e o avô haviam sido juízes e haviam também estudado em Coimbra onde, pela mão de um dos professores de Direito mais distintos dessa época, Vicente Ferrer Neto, se espalhava o krausismo - teoria que defende a tolerância académica e a liberdade do ensino perante o dogmatismo. Ora, esta teoria influenciou fortemente a forma de pensar e de escrever de Eça de Queiroz - essa é a tese defendida por César Tomé, no ensaio "A Construção Do Sujeito de Direito em Eça de Queiroz (ou Eça de Queiroz Krausista)", agora publicado pela Guerra & Paz. O livro desenvolve-se ao longo de reflexões que fazem confluir a literatura, a arte, o direito, a filosofia, e a política que marcaram o rico e conturbado século XIX português. César Tomé, o autor desta visão diferente sobre a obra de Eça de Queiroz, licenciou-se em Coimbra, na mesma Faculdade de Direito que conheceu o autor de "Os Maias" como estudante e ali exerceu a actividade profissional de advogado durante mais de trinta anos. Mais tarde, desenvolveu formação superior diversa nas áreas do Direito, da Antropologia e da Filosofia. É doutorando em Antropologia, estudando temas que envolvem as emoções, os sentimentos, as neurociências e a biologia no processo, sempre complexo, de construção das decisões judiciais.
A fotografia em Arles
Arles, uma cidade no sul de França, tornou-se conhecida desde 1970 por promover e acolher os Encontros da Fotografia - que este ano vão na sua 49ª edição, inaugurada no início de Julho e que decorre até 23 de Setembro. É a maior e mais diversificada mostra de fotografia que acontece na Europa, este ano sob o mote "Regresso ao Futuro". A organização pretendeu fazer uma viagem através de diversas épocas, com o objectivo de mostrar como a fotografia é o meio por excelência para captar todas as mudanças que acontecem no mundo ao longo dos tempos. Existem 11 temas principais - desde o que é dedicado aos últimos 60 anos dos Estados Unidos, percorrendo imagens de autores como Robert Frank e Raymond Depardon (na imagem), até registos do velho mundo - com fotografias do Maio de 68, por exemplo. Noutras secções aparecem mostras mais contemporâneas, como a de Cristina de Middel e de Bruno Morais, até uma viagem a Cuba sob o título "Yo Soy Fidel". Há ainda espaço para novos autores, uma área para livros de fotografia e uma outra para autores convidados, além de dezenas de iniciativas em programas associados, que vão desde uma evocação dos livros Photo Poche das edições Delpire, até aos galardoados do prémio Pictet ou uma "playlist" dos Encontros de Arles organizada pela Radio France Inter. São quatro dezenas de exposições e muitas iniciativas paralelas. Se não for este ano, comece a preparar a viagem do próximo ano.
Arco da velha
Os três helicópteros Kamov que o Estado contratou este ano, por cerca de 3,6 milhões de euros, pertencem a uma empresa moldava, a Pecotox Air, que não tem autorização para voar no espaço europeu.
Cruzamento da guitarra eléctrica com música africana
Os discos de jazz onde a guitarra surge em primeiro plano estão entre a minha lista de preferências musicais. A guitarrista alemã Leni Stern, que começou a gravar em 1985, desde há uma década aproximou-se da música africana e o seu novo disco, "3", é o terceiro que grava com o baixista Mamadou Ba e com o percussionista e multi-instrumentista Alioune Faye. Aqui, mais uma vez, ela explora os caminhos do jazz, cruzando-os com blues, rock e com as sonoridades tradicionais do Senegal e do Mali. Além do trio - e Stern, além da guitarra, também canta -, o disco tem as colaborações de Mike Stern, o seu marido, também na guitarra eléctrica, de Leo Genovese no sintetizador, de Gil Goldstein no acordeão e de Muhammed and Princess Louise Faye nas vozes. A faixa de abertura, um instrumental, é um exemplo perfeito do cruzamento de culturas, entre a guitarra e a percussão e o baixo. A faixa "Spell" evoca as sonoridades dos blues do Mississipi pela guitarra de Mike Stern e a voz de Leni Stern. Mas a melhor surpresa chega no fim, com o tema "Crocodile", onde a guitarra e o acordeão se cruzam com coros, enquadrados por uma percussão exemplar. O álbum está disponível no Spotify.
As receitas tradicionais online
Durante 12 anos, Maria de Lourdes Modesto apresentou o "Culinária", a seguir ao Telejornal, na RTP - um caso sério de qualidade e popularidade televisiva. Quando começou o seu programa, nos final dos anos 50, Maria de Lourdes Modesto cedo sentiu que muitos espectadores diziam que determinada receita era feita de forma diferente na sua família. Em 1961, teve a ideia de lançar um concurso e pediu aos espectadores que lhe enviassem receitas tradicionais das várias regiões de Portugal. Recebeu milhares de receitas, a maioria manuscritas, e um júri, que ela integrava, seleccionava em cada mês a melhor receita. Estas milhares de receitas recebidas estão agora disponíveis online. Maria de Lourdes Modesto entregou o acervo que guardava em casa à Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal (ACPP), que colocou as transcrições dos ingredientes e o modo de preparação no seu site, www.acpp.pt/maria-de-lourdes-modesto. O livro de referência da gastronomia nacional, "Cozinha Tradicional Portuguesa", que Maria de Lourdes Modesto fez, recolhe a sua experiência e muitas indicações que recebeu dos seus espectadores nas receitas que enviaram. Com a disponibilização online deste arquivo, todos nós podemos agora ter acesso a este manancial de informação - e, na meia centena de milhar de pesquisas realizadas nas primeiras semanas a este site, as receitas mais consultadas foram, por exemplo, uma Açorda à Transmontana, uma Tiborna e um Caldo Verde.
Os livros têm os mesmo inimigos que as pessoas: fogo, humidade, animais, o mau tempo e o seu próprio conteúdo.
Paul Valery
Um filme pornográfico
Tudo se conjuga para que nos próximos meses assistamos a cenas de uma autêntica orgia de demagogia, onde actuarão estrelas da política lusitana e que se desenrolará em cenários como o Parlamento e em discretos encontros secretos. Com o calendário de eleições em 2019 (Europeias, Regionais dos Açores e da Madeira e Legislativas), está pronto o palco para uma enorme sucessão de promessas que, obviamente, serão pagas mais tarde pelo denodado contribuinte, com a sua cada vez maior carga fiscal - o preço final é sempre pago pelos mesmos. As primeiras cenas deste filme decorrem na preparação do Orçamento do Estado para 2019, que, já se percebeu, será um bacanal eleitoralista. Com medidas como a descida do IRS, do IVA na electricidade, com aumentos de pensões ou aumentos da Função Pública, quanto vai custar este Orçamento aos nossos bolsos? Claro que as promessas são música para os ouvidos de uma parte importante dos eleitores - mais investimento na saúde, na cultura, na educação, além dos aumentos de pensões e de salários. Tudo isso é fantástico, embora não perceba como vai acontecer com um Governo que é campeão das cativações, que tem o serviço do 112 sem meios, a CP à beira da ruptura, que não consegue médicos para os hospitais em especialidades críticas, que faz promessas a torto e a direito para os que cá trabalham e até para os que foram trabalhar para fora. No fim, a factura vai ser enorme - e, em vez de procurar simplificar a fiscalidade, acabar com os abusos da autoridade tributária - como os que foram conhecidos esta semana - e deixar de punir os contribuintes, o Governo escreve descaradamente o enredo de um filme pornográfico em que o ministro das Finanças faz o papel de dominador e o primeiro-ministro protagoniza um D. Juan com vocação de vendedor de banha da cobra - ambos envolvidos, sem pudor, com um trio promíscuo que envolve os dirigentes dos parceiros da geringonça e o desaparecido líder daquele que já foi o maior partido da oposição.
Deixe de andar aos pontapés aos seus companheiros de partido
Carlos Carreiras
Vice-presidente do PSD, referindo-se a Rui Rio
Semanada
• Segundo o Banco de Portugal, há mais famílias a não conseguir cumprir os seus compromissos mensais no crédito ao consumo • em Maio, o Governo congelou mais 420 milhões de euros de despesa pública, reforçando cativações na ferrovia, no Ensino Básico e Secundário e na Saúde • ao contrário do que afirmou Mário Centeno, o valor dos cativos deixa de ser o mais baixo dos últimos cinco anos e passa a ser o terceiro mais alto de sempre, todos nos anos em que Mário Centeno foi o ministro das Finanças • António Costa disse, no seu discurso recente, que a carga fiscal diminuiu com o seu Governo, mas, na realidade, a carga fiscal em Portugal subiu para os 34,7% do PIB em 2017, impulsionada por contribuições sociais e impostos indirectos, o que é o valor mais elevado em 22 anos • o chefe de Gabinete de Mário Centeno em Portugal atacou o Ministério Público na sua página do Facebook • antes de estar com Centeno tinha sido autarca em Lisboa e o seu post surge em defesa do mono do Rato • cinco novos partidos deverão apresentar-se nas eleições europeias do próximo ano • este ano, em Portugal, já existiram mais de 500 furtos a equipamentos de venda automática, o que representa um aumento aproximado de 60% face ao ano anterior, e quase 100% em dois anos • desde o início do ano já morreram 315 pessoas em acidentes de viação • as queimadas estiveram na origem de 66% dos fogos rurais verificados este ano; este ano, já foram encerrados 56 lares ilegais.
Uma visão diferente de Eça de Queiroz
Conhecido como um dos grandes escritores portugueses do século XIX, Eça de Queiroz licenciou-se em Direito, em Coimbra, entre 1861 e 1866, e durante algum tempo exerceu a advocacia. Já o pai e o avô haviam sido juízes e haviam também estudado em Coimbra onde, pela mão de um dos professores de Direito mais distintos dessa época, Vicente Ferrer Neto, se espalhava o krausismo - teoria que defende a tolerância académica e a liberdade do ensino perante o dogmatismo. Ora, esta teoria influenciou fortemente a forma de pensar e de escrever de Eça de Queiroz - essa é a tese defendida por César Tomé, no ensaio "A Construção Do Sujeito de Direito em Eça de Queiroz (ou Eça de Queiroz Krausista)", agora publicado pela Guerra & Paz. O livro desenvolve-se ao longo de reflexões que fazem confluir a literatura, a arte, o direito, a filosofia, e a política que marcaram o rico e conturbado século XIX português. César Tomé, o autor desta visão diferente sobre a obra de Eça de Queiroz, licenciou-se em Coimbra, na mesma Faculdade de Direito que conheceu o autor de "Os Maias" como estudante e ali exerceu a actividade profissional de advogado durante mais de trinta anos. Mais tarde, desenvolveu formação superior diversa nas áreas do Direito, da Antropologia e da Filosofia. É doutorando em Antropologia, estudando temas que envolvem as emoções, os sentimentos, as neurociências e a biologia no processo, sempre complexo, de construção das decisões judiciais.
Gosto
José Mário Branco é a personalidade homenageada no arranque da Feira do Livro do Porto a 7 de Setembro.
Não gosto
Houve entidades oficiais, nomeadamente autárquicas, que permitiram e até incentivaram a utilização fraudulenta dos donativos e fundos para a reconstrução de Pedrógão Grande.
A fotografia em Arles
Arles, uma cidade no sul de França, tornou-se conhecida desde 1970 por promover e acolher os Encontros da Fotografia - que este ano vão na sua 49ª edição, inaugurada no início de Julho e que decorre até 23 de Setembro. É a maior e mais diversificada mostra de fotografia que acontece na Europa, este ano sob o mote "Regresso ao Futuro". A organização pretendeu fazer uma viagem através de diversas épocas, com o objectivo de mostrar como a fotografia é o meio por excelência para captar todas as mudanças que acontecem no mundo ao longo dos tempos. Existem 11 temas principais - desde o que é dedicado aos últimos 60 anos dos Estados Unidos, percorrendo imagens de autores como Robert Frank e Raymond Depardon (na imagem), até registos do velho mundo - com fotografias do Maio de 68, por exemplo. Noutras secções aparecem mostras mais contemporâneas, como a de Cristina de Middel e de Bruno Morais, até uma viagem a Cuba sob o título "Yo Soy Fidel". Há ainda espaço para novos autores, uma área para livros de fotografia e uma outra para autores convidados, além de dezenas de iniciativas em programas associados, que vão desde uma evocação dos livros Photo Poche das edições Delpire, até aos galardoados do prémio Pictet ou uma "playlist" dos Encontros de Arles organizada pela Radio France Inter. São quatro dezenas de exposições e muitas iniciativas paralelas. Se não for este ano, comece a preparar a viagem do próximo ano.
Arco da velha
Os três helicópteros Kamov que o Estado contratou este ano, por cerca de 3,6 milhões de euros, pertencem a uma empresa moldava, a Pecotox Air, que não tem autorização para voar no espaço europeu.
Cruzamento da guitarra eléctrica com música africana
Os discos de jazz onde a guitarra surge em primeiro plano estão entre a minha lista de preferências musicais. A guitarrista alemã Leni Stern, que começou a gravar em 1985, desde há uma década aproximou-se da música africana e o seu novo disco, "3", é o terceiro que grava com o baixista Mamadou Ba e com o percussionista e multi-instrumentista Alioune Faye. Aqui, mais uma vez, ela explora os caminhos do jazz, cruzando-os com blues, rock e com as sonoridades tradicionais do Senegal e do Mali. Além do trio - e Stern, além da guitarra, também canta -, o disco tem as colaborações de Mike Stern, o seu marido, também na guitarra eléctrica, de Leo Genovese no sintetizador, de Gil Goldstein no acordeão e de Muhammed and Princess Louise Faye nas vozes. A faixa de abertura, um instrumental, é um exemplo perfeito do cruzamento de culturas, entre a guitarra e a percussão e o baixo. A faixa "Spell" evoca as sonoridades dos blues do Mississipi pela guitarra de Mike Stern e a voz de Leni Stern. Mas a melhor surpresa chega no fim, com o tema "Crocodile", onde a guitarra e o acordeão se cruzam com coros, enquadrados por uma percussão exemplar. O álbum está disponível no Spotify.
As receitas tradicionais online
Durante 12 anos, Maria de Lourdes Modesto apresentou o "Culinária", a seguir ao Telejornal, na RTP - um caso sério de qualidade e popularidade televisiva. Quando começou o seu programa, nos final dos anos 50, Maria de Lourdes Modesto cedo sentiu que muitos espectadores diziam que determinada receita era feita de forma diferente na sua família. Em 1961, teve a ideia de lançar um concurso e pediu aos espectadores que lhe enviassem receitas tradicionais das várias regiões de Portugal. Recebeu milhares de receitas, a maioria manuscritas, e um júri, que ela integrava, seleccionava em cada mês a melhor receita. Estas milhares de receitas recebidas estão agora disponíveis online. Maria de Lourdes Modesto entregou o acervo que guardava em casa à Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal (ACPP), que colocou as transcrições dos ingredientes e o modo de preparação no seu site, www.acpp.pt/maria-de-lourdes-modesto. O livro de referência da gastronomia nacional, "Cozinha Tradicional Portuguesa", que Maria de Lourdes Modesto fez, recolhe a sua experiência e muitas indicações que recebeu dos seus espectadores nas receitas que enviaram. Com a disponibilização online deste arquivo, todos nós podemos agora ter acesso a este manancial de informação - e, na meia centena de milhar de pesquisas realizadas nas primeiras semanas a este site, as receitas mais consultadas foram, por exemplo, uma Açorda à Transmontana, uma Tiborna e um Caldo Verde.
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