Opinião
A esquina do Rio
Daqui a pouco tempo, Lisboa vai ser invadida pelos participantes na Web Summit e ainda bem que assim é.
Back to basics
Prefiro saber tudo sobre os que me reclamam amizade do que saber alguma coisa sobre os meus amigos mais antigos.
Oscar Wilde
A cidade
Daqui a pouco tempo, Lisboa vai ser invadida pelos participantes na Web Summit e ainda bem que assim é. Mas, como se trata de um evento que envolve alguns dos mais importantes nomes das novas tecnologias, podia ser importante que Lisboa se mostrasse como uma cidade capaz não só de atrair mas também de reter talentos e indústrias criativas: que fosse agradável para viver, trabalhar, criar família, educar os filhos, em vez de ser apenas um bom destino para copos e fins-de-semana. Claro que o Estado-geringonça também não ajuda a atrair ninguém, com as ameaças de perseguição a quem queira ganhar acima da média nacional - o que abrange praticamente toda a gente envolvida no evento. Recordo que as obras prometidas em escolas públicas da cidade estão muito atrasadas e com pouco investimento, em contraste com os bombardeamentos nas ruas. Karin Wanngard, a Mayor de Estocolmo, escreveu recentemente para a Monocle um ensaio intitulado "Pontos-chave para fazer uma cidade de sucesso". Destaca o apoio à construção na malha urbana de mais casas para residentes, o investimento em infra-estruturas e transportes públicos, o investimento em novas tecnologias, o investimento em infantários, escolas e educação, políticas de estímulo à atracção de empresas e que fomentam o trabalho em rede entre instituições locais, ajudam a criar equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e apoiam a diversidade cultural. Karin Wanngard sublinha que, quando as cidades funcionam em termos de atracção de talentos, funcionam em termos de atracção de negócios, e está garantido que terão sólidas instituições. É disto que Lisboa precisa.
Dixit
Hoje, quem tem poder não é quem tem informação. É quem a sabe partilhar.
Helena Fazenda, Procuradora-Geral-Adjunta
Semanada
• Os pagamentos em atraso das entidades públicas atingiram 1.157 milhões até Agosto, mais 60 milhões que em igual período do ano passado • a dívida em atraso dos hospitais disparou para 713 milhões de euros, o valor mais alto desde Novembro de 2014 • segundo o Banco de Portugal, os empréstimos concedidos ao conjunto das empresas continuam a diminuir • Portugal perdeu oito lugares no "ranking" da competitividade do World Economic Forum e desceu agora para a 46ª posição num total de 138 países analisados • impostos e burocracia voltam a ser os factores mais apontados para limitar a competitividade da economia • a preocupação com a instabilidade política é a que mais sobe e passa a ocupar o terceiro lugar; Berlim, Paris e Londres são as únicas cidades europeias onde a procura por alojamento na plataforma Airbnb supera a da cidade de Lisboa; o sector do turismo é responsável por 17% das exportações e criou 40 mil postos de trabalho este ano • a Câmara Municipal de Lisboa admitiu que não concluirá o programa de recuperação de escolas no prazo previsto e prometido por Medina • os incómodos provocados pelas obras nas ruas de Lisboa são tantos que, ao apresentar uma nova obra no vale de Alcântara, o vereador José Sá Fernandes fez questão de repetir que esta é uma intervenção que "não vai incomodar ninguém" e não existirão constrangimentos ou problemas com a circulação automóvel.
Ver
A pintora Maria Beatriz vive na Holanda desde 1970, depois de ter estudado em Lisboa, Paris e Londres. Em Lisboa, começou por estudar biologia e depois estudou pintura. Nascida em 1940, foi para Londres em 1962 para continuar a formação, regressou a Lisboa em 1963 para estudar gravura e em 1965 ganhou o 1º prémio de pintura da Sociedade Nacional de Belas Artes. Com uma bolsa da Gulbenkian, foi para Paris em 1966 e, em 1970, foi viver para a Holanda, onde continuou a estudar, a ensinar e trabalhou como impressora em obras de artistas como David Hockney. Acredita que o desenho é a base da pintura e gosta de dizer que o que faz é "pôr asas nos desejos, inventar, criar". A importância que dá ao desenho é bem patente nas duas exposições que agora tem em Portugal: uma, "Calendário", na Galeria Ratton (Rua da Academia das Ciências 2C), até 14 de Janeiro, está focada em desenhos e colagens a lápis de cor e tinta acrílica sobre papel e em painéis de azulejos, um dos materiais que lhe é caro e que é, aliás, a especialização da Ratton; a outra está na Casa da Cerca, em Almada, um espaço belíssimo onde Maria Beatriz expõe seis dezenas de obras de desenho, gravura azulejaria, bem como trabalhos sobre veludo feitos entre 1960-2013, que agrupou sob o título "Trabalhos de Casa" - fica até 29 de Janeiro. As peças maiores feitas sobre veludo chegam a demorar mês e meio a concluir, confessa Maria Beatriz, enquanto percorre a magnífica sala da Casa da Cerca onde está o núcleo principal da exposição (na foto). São trabalhos marcantes, fortes, observações que a artista faz do que a rodeia, uma espécie de apontamentos sobre o que ela vê e sente nas pessoas à sua volta.
Gosto
De Lisboa com movimento e conteúdo - na próxima semana, a pré-inauguração do MAAT (Fundação EDP) e o início da trienal de Arquitectura. Isto é que dá qualidade à cidade, não são obras infindáveis.
Não gosto
Que uma Business School, como a da Universidade Nova, tenha iniciado obras no seu novo "campus" sem que o litígio sobre a indemnização aos antigos proprietários do terreno esteja resolvido: uma escola de gestão que não tenha o respeito devido à propriedade privada é um mau exemplo.
Ouvir
Não é muito vulgar um músico lançar dois discos, de géneros diferentes, e estruturalmente diversos, na mesma data. Mas foi isso que o português Bruno Pernadas fez há poucos dias. Em simultâneo, editou "Those Who Throw Objects at Crocodiles Will Be Asked to Retrieve Them" e "Worst Summer Ever". Para simplificar, o primeiro é apresentado como um disco pop e o segundo como um disco de jazz. Bruno Pernada, que gosta de dar nomes intricados e divertidos aos seus discos, é um músico invulgar, dos mais interessantes que têm surgido nos últimos anos. Tem 34 anos, estudou guitarra clássica em adolescente e, depois, jazz na escola do Hot Clube. Posteriormente, estudou técnica de análise e composição musical. Além dos seus trabalhos a solo ou como músico convidado, é também responsável por várias bandas sonoras de filmes, entre os quais "A Toca do Lobo", de Catarina Mourão. Além do seu trabalho como compositor e músico, Bruno Pernadas dá aulas de guitarra e teoria musical em diversas escolas. Instrumentista polifacetado, é também um compositor que se tem revelado capaz de adequar a criatividade a diversos géneros e estes dois discos, tão diferentes, são prova disso. A minha preferência vai para "Those Who Throw Objects at Crocodiles Will Be Asked to Retrieve Them", cuja capa aqui se reproduz, mas "Worst Summer Ever" foge a estereótipos do jazz, evita receitas fáceis e abre pistas, a partir de um sexteto tradicional. Os dois álbuns estão disponíveis em CD e no Spotify. "A splendid time is guaranteed for all", como dizia o outro.
Arco da velha
Um investigador da Faculdade De Motricidade Humana de Lisboa chamou a atenção para o facto de estar a aumentar o sedentarismo infantil e disse ser "inacreditável que hoje se passeiem mais os cães que as crianças".
Folhear
A mais recente edição da colecção de clássicos da Guerra & Paz é uma das mais marcantes obras do escritor brasileiro Machado de Assis, "Memórias Póstumas de Brás Cubas". O livro é narrado pelo próprio Brás Cubas, entretanto falecido vítima de pneumonia - o defunto, depois de morto, propõe-se escrever a sua autobiografia, relatando o seu próprio funeral, a doença que o levou à campa e, claro, a sua atribulada vida - desde a infância de menino rico no Rio de Janeiro à paixão adolescente por uma prostituta, que leva a família a enviá-lo para Coimbra onde, ao fim de vários anos, muitas aventuras e vida de boémio, acaba por alcançar o canudo. Regressado ao Brasil, é encaminhado pelo pai para a política, onde descobre os prazeres de levar ao adultério a mulher de um rival. Torna-se deputado, é incentivador de imprensa oposicionista e acaba, no fim da vida, por criar um emplastro milagreiro que promete curar todas as maleitas - mas que não o curou a ele. É impossível não achar este livro, inicialmente publicado em folhetim em 1880, com muitos paralelos com os tempos actuais e os políticos igualmente charlatões que os habitam.
Provar
Se em Portugal se inventaram as sanduíches de cozido, porque não aceitar um éclair de salada Caesar? Pois é exactamente isso que pode ser provado no L'Éclair, na Avenida Duque de Ávila 44, em Lisboa, entre a 5 de Outubro e a Avenida da República. Rematei a leve refeição com um éclair de limão e um café expresso anunciado como biológico - reconheço que foi um café bem tirado, sem o esturricado que por aí é demasiado frequente. A casa é ainda famosa pelos seus croissants e, na extensa oferta de bolos, destacam-se os ópera de pistácio e framboesa. À tarde, há "cocktails", como mojitos e caipirinhas, mas também chás "à la carte". Um éclair salgado anda pelos 6.50 euros e um doce pelos 3.50. O serviço é atento e simpático, a esplanada acolhedora e abrigada. A partir de 1 de Outubro, inaugura a colecção de Outono/Inverno - que isto da pastelaria francesa é como a alta costura. Podem ir seguindo as novidades na página de LÉclair no Facebook. Outras variantes possíveis: o éclair Parisien, com manteiga, queijo emmental e fiambre; o Périgourdin com magret de pato, foie gras, rúcula e balsâmico; o nordique com salmão, mascarpone e lima; e o tomate-mozza com tomate, mozarella e azeite. Além disso, há ainda que contar com o tradicional croque-monsieur, em pão de forma com molho béchamel, fiambre e emmental. Todos os salgados são acompanhados de salada.
Prefiro saber tudo sobre os que me reclamam amizade do que saber alguma coisa sobre os meus amigos mais antigos.
Oscar Wilde
A cidade
Daqui a pouco tempo, Lisboa vai ser invadida pelos participantes na Web Summit e ainda bem que assim é. Mas, como se trata de um evento que envolve alguns dos mais importantes nomes das novas tecnologias, podia ser importante que Lisboa se mostrasse como uma cidade capaz não só de atrair mas também de reter talentos e indústrias criativas: que fosse agradável para viver, trabalhar, criar família, educar os filhos, em vez de ser apenas um bom destino para copos e fins-de-semana. Claro que o Estado-geringonça também não ajuda a atrair ninguém, com as ameaças de perseguição a quem queira ganhar acima da média nacional - o que abrange praticamente toda a gente envolvida no evento. Recordo que as obras prometidas em escolas públicas da cidade estão muito atrasadas e com pouco investimento, em contraste com os bombardeamentos nas ruas. Karin Wanngard, a Mayor de Estocolmo, escreveu recentemente para a Monocle um ensaio intitulado "Pontos-chave para fazer uma cidade de sucesso". Destaca o apoio à construção na malha urbana de mais casas para residentes, o investimento em infra-estruturas e transportes públicos, o investimento em novas tecnologias, o investimento em infantários, escolas e educação, políticas de estímulo à atracção de empresas e que fomentam o trabalho em rede entre instituições locais, ajudam a criar equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e apoiam a diversidade cultural. Karin Wanngard sublinha que, quando as cidades funcionam em termos de atracção de talentos, funcionam em termos de atracção de negócios, e está garantido que terão sólidas instituições. É disto que Lisboa precisa.
Hoje, quem tem poder não é quem tem informação. É quem a sabe partilhar.
Helena Fazenda, Procuradora-Geral-Adjunta
Semanada
• Os pagamentos em atraso das entidades públicas atingiram 1.157 milhões até Agosto, mais 60 milhões que em igual período do ano passado • a dívida em atraso dos hospitais disparou para 713 milhões de euros, o valor mais alto desde Novembro de 2014 • segundo o Banco de Portugal, os empréstimos concedidos ao conjunto das empresas continuam a diminuir • Portugal perdeu oito lugares no "ranking" da competitividade do World Economic Forum e desceu agora para a 46ª posição num total de 138 países analisados • impostos e burocracia voltam a ser os factores mais apontados para limitar a competitividade da economia • a preocupação com a instabilidade política é a que mais sobe e passa a ocupar o terceiro lugar; Berlim, Paris e Londres são as únicas cidades europeias onde a procura por alojamento na plataforma Airbnb supera a da cidade de Lisboa; o sector do turismo é responsável por 17% das exportações e criou 40 mil postos de trabalho este ano • a Câmara Municipal de Lisboa admitiu que não concluirá o programa de recuperação de escolas no prazo previsto e prometido por Medina • os incómodos provocados pelas obras nas ruas de Lisboa são tantos que, ao apresentar uma nova obra no vale de Alcântara, o vereador José Sá Fernandes fez questão de repetir que esta é uma intervenção que "não vai incomodar ninguém" e não existirão constrangimentos ou problemas com a circulação automóvel.
Ver
A pintora Maria Beatriz vive na Holanda desde 1970, depois de ter estudado em Lisboa, Paris e Londres. Em Lisboa, começou por estudar biologia e depois estudou pintura. Nascida em 1940, foi para Londres em 1962 para continuar a formação, regressou a Lisboa em 1963 para estudar gravura e em 1965 ganhou o 1º prémio de pintura da Sociedade Nacional de Belas Artes. Com uma bolsa da Gulbenkian, foi para Paris em 1966 e, em 1970, foi viver para a Holanda, onde continuou a estudar, a ensinar e trabalhou como impressora em obras de artistas como David Hockney. Acredita que o desenho é a base da pintura e gosta de dizer que o que faz é "pôr asas nos desejos, inventar, criar". A importância que dá ao desenho é bem patente nas duas exposições que agora tem em Portugal: uma, "Calendário", na Galeria Ratton (Rua da Academia das Ciências 2C), até 14 de Janeiro, está focada em desenhos e colagens a lápis de cor e tinta acrílica sobre papel e em painéis de azulejos, um dos materiais que lhe é caro e que é, aliás, a especialização da Ratton; a outra está na Casa da Cerca, em Almada, um espaço belíssimo onde Maria Beatriz expõe seis dezenas de obras de desenho, gravura azulejaria, bem como trabalhos sobre veludo feitos entre 1960-2013, que agrupou sob o título "Trabalhos de Casa" - fica até 29 de Janeiro. As peças maiores feitas sobre veludo chegam a demorar mês e meio a concluir, confessa Maria Beatriz, enquanto percorre a magnífica sala da Casa da Cerca onde está o núcleo principal da exposição (na foto). São trabalhos marcantes, fortes, observações que a artista faz do que a rodeia, uma espécie de apontamentos sobre o que ela vê e sente nas pessoas à sua volta.
Gosto
De Lisboa com movimento e conteúdo - na próxima semana, a pré-inauguração do MAAT (Fundação EDP) e o início da trienal de Arquitectura. Isto é que dá qualidade à cidade, não são obras infindáveis.
Não gosto
Que uma Business School, como a da Universidade Nova, tenha iniciado obras no seu novo "campus" sem que o litígio sobre a indemnização aos antigos proprietários do terreno esteja resolvido: uma escola de gestão que não tenha o respeito devido à propriedade privada é um mau exemplo.
Ouvir
Não é muito vulgar um músico lançar dois discos, de géneros diferentes, e estruturalmente diversos, na mesma data. Mas foi isso que o português Bruno Pernadas fez há poucos dias. Em simultâneo, editou "Those Who Throw Objects at Crocodiles Will Be Asked to Retrieve Them" e "Worst Summer Ever". Para simplificar, o primeiro é apresentado como um disco pop e o segundo como um disco de jazz. Bruno Pernada, que gosta de dar nomes intricados e divertidos aos seus discos, é um músico invulgar, dos mais interessantes que têm surgido nos últimos anos. Tem 34 anos, estudou guitarra clássica em adolescente e, depois, jazz na escola do Hot Clube. Posteriormente, estudou técnica de análise e composição musical. Além dos seus trabalhos a solo ou como músico convidado, é também responsável por várias bandas sonoras de filmes, entre os quais "A Toca do Lobo", de Catarina Mourão. Além do seu trabalho como compositor e músico, Bruno Pernadas dá aulas de guitarra e teoria musical em diversas escolas. Instrumentista polifacetado, é também um compositor que se tem revelado capaz de adequar a criatividade a diversos géneros e estes dois discos, tão diferentes, são prova disso. A minha preferência vai para "Those Who Throw Objects at Crocodiles Will Be Asked to Retrieve Them", cuja capa aqui se reproduz, mas "Worst Summer Ever" foge a estereótipos do jazz, evita receitas fáceis e abre pistas, a partir de um sexteto tradicional. Os dois álbuns estão disponíveis em CD e no Spotify. "A splendid time is guaranteed for all", como dizia o outro.
Arco da velha
Um investigador da Faculdade De Motricidade Humana de Lisboa chamou a atenção para o facto de estar a aumentar o sedentarismo infantil e disse ser "inacreditável que hoje se passeiem mais os cães que as crianças".
Folhear
A mais recente edição da colecção de clássicos da Guerra & Paz é uma das mais marcantes obras do escritor brasileiro Machado de Assis, "Memórias Póstumas de Brás Cubas". O livro é narrado pelo próprio Brás Cubas, entretanto falecido vítima de pneumonia - o defunto, depois de morto, propõe-se escrever a sua autobiografia, relatando o seu próprio funeral, a doença que o levou à campa e, claro, a sua atribulada vida - desde a infância de menino rico no Rio de Janeiro à paixão adolescente por uma prostituta, que leva a família a enviá-lo para Coimbra onde, ao fim de vários anos, muitas aventuras e vida de boémio, acaba por alcançar o canudo. Regressado ao Brasil, é encaminhado pelo pai para a política, onde descobre os prazeres de levar ao adultério a mulher de um rival. Torna-se deputado, é incentivador de imprensa oposicionista e acaba, no fim da vida, por criar um emplastro milagreiro que promete curar todas as maleitas - mas que não o curou a ele. É impossível não achar este livro, inicialmente publicado em folhetim em 1880, com muitos paralelos com os tempos actuais e os políticos igualmente charlatões que os habitam.
Provar
Se em Portugal se inventaram as sanduíches de cozido, porque não aceitar um éclair de salada Caesar? Pois é exactamente isso que pode ser provado no L'Éclair, na Avenida Duque de Ávila 44, em Lisboa, entre a 5 de Outubro e a Avenida da República. Rematei a leve refeição com um éclair de limão e um café expresso anunciado como biológico - reconheço que foi um café bem tirado, sem o esturricado que por aí é demasiado frequente. A casa é ainda famosa pelos seus croissants e, na extensa oferta de bolos, destacam-se os ópera de pistácio e framboesa. À tarde, há "cocktails", como mojitos e caipirinhas, mas também chás "à la carte". Um éclair salgado anda pelos 6.50 euros e um doce pelos 3.50. O serviço é atento e simpático, a esplanada acolhedora e abrigada. A partir de 1 de Outubro, inaugura a colecção de Outono/Inverno - que isto da pastelaria francesa é como a alta costura. Podem ir seguindo as novidades na página de LÉclair no Facebook. Outras variantes possíveis: o éclair Parisien, com manteiga, queijo emmental e fiambre; o Périgourdin com magret de pato, foie gras, rúcula e balsâmico; o nordique com salmão, mascarpone e lima; e o tomate-mozza com tomate, mozarella e azeite. Além disso, há ainda que contar com o tradicional croque-monsieur, em pão de forma com molho béchamel, fiambre e emmental. Todos os salgados são acompanhados de salada.
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