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15 de Abril de 2016 às 11:31

A esquina do Rio

O Facebook foi lançado em Fevereiro de 2004, há 12 anos, portanto. O seu crescimento foi exponencial e hoje o número de pessoas que o utilizam regularmente ultrapassa 1,6 mil milhões em todo o mundo.

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Back to basics
A grande questão não é saber se conseguimos que as máquinas pensem; o principal problema é conseguir que os seres humanos pensem.
B. F. Skinner

Futuro
O Facebook foi lançado em Fevereiro de 2004, há 12 anos, portanto. O seu crescimento foi exponencial e hoje o número de pessoas que o utilizam regularmente ultrapassa 1,6 mil milhões em todo o mundo. Em Portugal, os utilizadores regulares ascendem a 5,7 milhões. Hoje em dia o universo do Facebook inclui o sistema de mensagens Messenger, mas também o WhatsApp e o Instagram. Em poucos anos o Facebook tornou-se no maior concorrente, em termos de número de utilizadores, mas também de volume de negócios, do Google. A nível global, o tempo médio passado no Facebook por cada utilizador e por mês é de 6,3 horas. Diariamente, mil milhões de pessoas acedem ao Facebook por um período médio de 20 minutos. Os números são impressionantes. Na verdade, a grande diferença entre o Google e o Facebook é que o Google tem muita informação sobre o mundo, mas o Facebook tem muita informação sobre cada pessoa que o utiliza. Há uns anos, não muitos, quando estávamos em casa, toda a gente na sala olhava para um único ecrã - o da televisão. Hoje em dia, em muitos casos, cada pessoa tem o seu próprio ecrã. O mundo mudou e o Facebook é parte desta mudança. Esta semana Mark Zuckerberg anunciou os seus planos para os próximos dez anos. O resumo é simples: proporcionar internet em regiões remotas, graças a uma série de satélites e aviões emissores (que funcionarão a energia solar) e garantir que a conectividade seja uma realidade universal e gratuita; desenvolver a relação dos sistemas de messaging com o comércio electrónico; utilizar a inteligência artificial para escolher conteúdos adequados aos gostos de cada utilizador; fomentar a emissão de vídeos em directo no Facebook; explorar o mundo da realidade aumentada; desenvolver as possibilidades da internet nos campos da saúde e educação. E isto é apenas o começo - o Facebook está a entrar no campo do hardware, como o Gear VR ou o Oculus Rift, ambos dispositivos de realidade virtual, que vão alterar a forma de produzir e consumir entretenimento. Zuckerberg diz que a sua missão é ligar as pessoas, garantir que elas possam comunicar umas com as outras em qualquer ponto e em qualquer circunstância - e isso proporciona-lhe imensa informação sobre cada utilizador. A revista The Economist colocou esta semana Mark Zuckerberg na sua capa, e dedicou-lhe o editorial. O título? Imperial Ambitions. Se quiser conhecer os planos de Zuckerberg veja aqui o "roadmap" que ele desenhou para os próximos dez anos numa conferência do Facebook para programadores, que decorreu esta semana - https://developers.facebook.com/videos/f8-2016/keynote/

Semanada
• O Banco de Portugal vai inaugurar o seu Museu do Dinheiro na próxima quarta-feira  esta semana foi anunciado que o Banco de Portugal vai ter dois novos administradores - uma ex-eurodeputada e um ex-administrador do banco mau do BES  no espaço de uma semana saíram três membros do Governo - o ministro e o secretário de Estado da Cultura e também o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, este último em "profundo desacordo" com o ministro da Educação  em Fevereiro os depósitos a prazo captaram 6,5 mil milhões de euros em novas aplicações, o valor mensal mais elevado do último ano  registou-se um aumento do crédito à habitação de cerca de 80% nos últimos 12 meses  segundo o Observatório de Economia e Gestão da Fraude, a economia paralela daria para pagar cinco orçamentos anuais da saúde  segundo o FMI, Portugal vai ter um dos crescimentos mais fracos do mundo  o número de empresas exportadoras baixou no ano passado pela primeira vez desde 2009  Angola desceu de quarto para sexto cliente de produtos portugueses  a TAP reportou 99 milhões de euros de prejuízo em 2015, o pior resultado desde 2008  o Metropolitano chegou à Reboleira seis anos depois da data prevista inicialmente para a conclusão das obras  as portuguesas internadas com anorexia têm em média 14 anos e ficam internadas 51 dias no hospital  Portugal não forneceu dados que permitam que a justiça nacional seja comparada com a do resto da União Europeia  o ministro da Defesa diz que o chefe de Estado-maior do Exército lhe desobedeceu  Vasco Lourenço veio pedir a cabeça do ministro da Defesa.

Folhear
O primeiro livro de viagens que li foi "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias", de Júlio Verne. Li-o com uns oito anos e senti uma emoção igual à que, anos mais tarde, senti com o primeiro Indiana Jones. Com Júlio Verne descobri depois o fundo do mar em "Vinte Mil Léguas Submarinas" e percebi como o planeta escondia segredos fascinantes em "Viagem ao Centro da Terra". Estes três livros foram escritos entre 1864 e 1872 e eu li-os, números redondos, cem anos depois. Com os dois últimos e "Da Terra à Lua" descobri os encantos da ficção científica, mas foi mesmo com "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias" que descobri o prazer da literatura de viagens e aventuras. O livro, baseado numa aposta de um nobre inglês, Phileas Fogg,, percorre países e continentes e muitas vezes relata episódios que se podiam passar mesmo hoje, quase século e meio depois. Em boa hora decidiu a editora Guerra & Paz editar textos clássicos e este é um deles. Esta edição inclui as 58 ilustrações originais da primeira edição, da autoria de Alphonse de Neuville e Léon Benett, e ainda o mapa da viagem de circum-navegação. A tradução, exemplar, é de Helder Guégués - e fiquem sabendo que Júlio Verne é o autor mais traduzido em todo o mundo depois de Agatha Christie e as suas obras são, no seu conjunto, as mais publicadas, logo depois da Bíblia.

Gosto
A RTP1 vai exibir o documentário "Amadeo: o último segredo da arte moderna", de Christophe Fonseca, a 20 de Abril, no dia da inauguração da exposição no Grand Palais.  

Não gosto
Com António Costa ficou estabelecido que o critério para a contratação de assessores para processos negociais complexos passou a ser a amizade pessoal com o primeiro-ministro. 

Ver
Steve McCurry é um dos grandes fotógrafos da prestigiada agência Magnum, e em Lisboa, no melhor espaço de exposição e venda de fotografia que temos, a Barbado Gallery (Rua Ferreira Borges 109), está uma magnífica exposição sua sobre a Índia, país que ele já visitou cerca de 80 vezes nas últimas três décadas. É muito curioso que em cerca de seis meses que leva de vida, a Barbado Gallery já tenha mostrado dois dos grandes nomes da Magnum, a agência que contou entre os seus fundadores Robert Capa e Henri Cartier-Bresson. As fotografias de McCurry são poderosas, como a da menina afegã que em 1985 fez a capa da National Geographic, revista para a qual trabalha frequentemente. A imagem que aqui reproduzimos foi feita em Bombaim - mãe e filha coladas ao vidro de um carro que passava. McCurry tem um olhar especial, quase sem tempo definido, sobre aquilo que o rodeia e é isso que faz o seu encanto. Muitas das fotografias foram feitas nas décadas de 1980 e 1990, mas não perderam razão de ser. São clássicos. Do género que a Barbado nos proporciona ver. Todas as informações em www.barbadogallery.com.

Arco da velha
Oito funcionários do Fisco foram detidos com suspeita de corrupção e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos veio avisar logo de seguida que os cortes salariais aumentaram o risco de corrupção na Autoridade Tributária. 

Ouvir
Canções que são como conversas de café parecem uma raridade em Portugal nos anos mais recentes, sobretudo se escritas e cantadas em português. Felizmente, os Capitão Fausto existem e praticam o género. Cada canção é como se fosse uma história, um episódio de vida. Os Capitão Fausto praticam música pop da melhor estirpe, bem imaginada, bem tocada e bem cantada. Desenganem-se aqueles que pensam que isto é coisa fácil - fazer uma boa canção pop é do mais difícil que há. Um álbum pop tem sempre telhados de vidro maiores do que um álbum que se pretenda de nicho. Aos nichos marginais tudo é permitido, a começar pela incompreensibilidade e a terminar na inaudibilidade. Portanto, a vida é-lhes sempre mais fácil. Difícil mesmo é criar canções originais, que façam sentido nas palavras e na música e que fiquem no ouvindo, apetecendo trautear. Este é o terceiro disco dos Capitão Fausto e eu gosto de canções como "Semana Em Semana", "Corazon", "Dias Contados" ou, a minha preferida, "Alvalade Chama Por Mim". CD Sony. 

Provar
Gosto muito de conservas e ultimamente tenho andado a explorar as variedades de cavala que estão no mercado. A cavala é um peixe injustamente subvalorizado, mas é um dos que resultam melhor em conserva, talvez até melhor do que muita lata de sardinha que por aí anda. Esta semana provei uma variedade que ainda não conhecia e fiquei fã - filetes de cavala com temperos da marca Tricana (cenoura, cebola, louro, especiarias como cravinho e pimenta). Os filetes são muito bem cortados e funcionam às mil maravilhas com uma massa como farfalle (recomendo a De Cecco), que rapidamente ganha o sabor envolvente. Vai à perfeição com um Marquês de Borba branco da colheita de 2015 - feito a partir das castas Arinto, Atão Vaz e Viognier - um vinho fresco, ideal para estas ocasiões. Jantar simples, prazer garantido. 

Dixit
Liderar o PS foi a melhor escola para gerir conflitos.
António Guterres, Na sua audição como candidato a secretário-geral da ONU


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